O Facebook avançou em seu plano de criar uma espécie de “Suprema Corte” própria. Em relatório de 44 páginas, a companhia divulgou os resultados das primeiras discussões sobre a criação de um conselho independente, que teria a missão de revisar decisões de conteúdo controversas.
A intenção de criar o grupo havia sido revelada por Mark Zuckerberg, em novembro de 2018. De lá para cá, o Facebook afirma ter conversado com mais de 900 pessoas e recebido outras 1.200 participações em uma consulta pública pela internet.
A conclusão é de que as pessoas gostariam que os membros desse conselho estivesssem prontas para “guiar o Facebook a decisões melhores e mais transparentes”. O plano é formar um grupo de 40 pessoas independentes à política e à estrutura de moderação da companhia.
E o método de seleção desses integrantes será essencial para apontar se o grupo será, de fato, independente. “Esse processo incluirá identificação, verificação, entrevista, seleção e treinamento dos membros”, afirma o diretor de governança e assuntos globais do Facebook, Brent Harris.
“Solicitamos sugestões de pessoas que participaram do processo de consulta pública e de workshops e mesas redondas presenciais”, afirmou o executivo. “Além disso, estamos contratando consultores e empresas de recrutamento de executivos e, em breve, abriremos um processo de indicação”.
O Facebook afirma que o conselho deverá ter uma base sólida para sua tomada de decisões e se pautar por princípios como liberdade de expressão e direitos humanos. Além disso, a empresa aparenta estar aberta à contribuição de críticos à rede social e disposta a criar um grupo diverso.
“Os membros devem ser especialistas que vêm de diferentes origens, diferentes disciplinas e diferentes pontos de vista, mas que podem representar os interesses de umas comunidade global”, explicou Harris.
A “Suprema Corte” do Facebook será acionada em duas situações: em casos “importantes e disputados” por decisão do próprio Facebook e em casos “filtrados e priorizados” de usuários que questionarem a decisão da companhia ao fim de um processo de recurso interno.
Ainda não há muitos detalhes sobre o funcionamento do conselho, mas o Facebook já deixou claro que ele não revisará decisões sobre fake news, anúncios, inteligência artificial ou o algoritmo da rede social. “O escopo do conselho será a governança de conteúdo”, resume o relatório.
“O objetivo é começar de forma estreita e, eventualmente, com o tempo expandir seu escopo”, indica Zuckerberg. O Facebook pretende apresentar em agosto uma versão final do relatório, que deverá servir como uma Constituição para o conselho.
Com informações: Facebook, Mashable, CNET e Tecnoblog
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