“A culpa é das vítimas”, dizem advogados de gerente da Prefeitura preso em flagrante durante tentativa de extorsão

Os advogados de defesa de Carlos Alberto Gonçalves, ex-gerente de fiscalização da Faema, preso em flagrante por extorsão na sexta-feira, 19, dizem que foram os envolvidos com a obra “fiscalizada” que pediram a propina e não o ex-servidor comissionado da Prefeitura de Blumenau que pediu. É o que está na peça protocolada hoje no Fórum de Blumenau, na tentativa de conseguir obter habeas corpus para o cliente deles.

Segundo a defesa, o empreiteiro e os dois proprietários do terreno da obra, orientados pelos policiais, “ARMARAM” uma situação que prejudicou de forma draconiana o cliente. A palavra draconiana e armaram em caixa alta estão no material produzido pelos advogados.

Leia dois trechos:

“XXX,  responsável pela obra na Rua Arthur Corrêa, chamou o paciente para uma conversa mais reservada, indagando-lhe a respeito do que poderiam fazer para resolver tal situação, tendo XXX informado que até o final da semana retornaria no local para conversar com os proprietários do empreendimento, até porque precisava de seus dados para lavrar o auto de infração retromencionado.”

“Perpassados alguns dias, mais especificamente no dia 19, XXX retornou ao local em voga, agora para tratar diretamente com XXX e XXX, intitulados como sendo os proprietários do terreno irregularmente trabalhado, momento em que, após uma longa conversa com os empresários, estes últimos lhe ofereceram cerca de R$ 3.000,00 (três mil reais) para obstar a aplicação da multa ambiental, devendo ser aberto um parênteses nesse momento, uma vez que tais indivíduos, de forma premeditada e orquestrada pela a autoridade policial, ARMARAM uma situação deveras equivocada em desfavor do paciente, fazendo surgir uma figura deformada da realidade dos fatos, o que prejudicou de forma draconiana o ora paciente, o qual teve a sua segregação cautelar decretada pelo togado de plantão…”

A Justiça deve analisar o pedido nos próximos dias. Na decisão que o manteve preso, na audiência de custódia, o juiz lembrou as condenações antigas de Carlos Alberto Gonçalves, usando também como argumento para mantê-lo preso.

Os advogados devem desconhecer os áudios das conversas  que circulam por aí ou entendem que eles não valem como provas. Só pode.

Ouça um deles.

Conheça o pedido de habeas corpus: 4022114-55.2019.8.24.0000 (1)

2 Comentário

  1. Li duas vezes a defesa , vou ler a terceira , a quarta e a quinta vez , pois pelo que entendi , as vítimas , a Polícia , o juiz , as testemunhas , o Papai Noel , o Coelhinho da páscoa , o Bolsonaro,
    é que são os culpados . o “PACIENTE” é vítima de uma armação que envolve até a Polícia ?

    Porque me formei em Ciências econômicas , errei de cadeira …..

  2. Bom dia! Inicialmente agradeço a publicidade indireta envolvendo nosso escritório de advocacia e na sequência parabenizo pela criatividade na formulação da frase de impacto “A culpa é das vítimas”, termo utilizado entre aspas insinuando que no conteúdo do habeas corpus havia essa expressão, fato que NÃO É VERDADE. Verifica-se também que a interpretação dada à tese defensiva que ascendeu ao Tribunal foi deveras distorcida.
    Pois bem, por uma questão de responsabilidade, credibilidade e compromisso com a informação, sugiro que entre em contato conosco, assim como fizeram outros portais de conteúdo informativo, para que tomem um contraponto da defesa, notadamente para que a informação não veicule de forma equivocada e pior, unilateral, sem contemplar o direito de resposta. Reconheço a importância e a credibilidade desse canal de Comunicao, acima de tudo o sagrado Direito de imprensa e liberdade de expressão, mas todos esses Direitos passam pelo raio X da constitucionalidade além dos contrapesos da razoabilidade e proporcionalidade. No presente caso a expressão “A CULPA É DAS VÍTIMAS”, não foi redigida em nossa peça liberatória, sendo deveras imprudente, haja vista que a utilização do sinal gráfico denominado ASPAS, é corriqueiramente utilizado para fazer citações direta de um texto ou algo nesse sentido, o que NAO ocorreu no caso em tela, razão pela qual recomendamos sua devida retificação. De mais a mais, caso queiram saber e Conhecer um pouco sobre a linha de defesa (afinal todos nós temos o direito de defesa), aguardo seu contato, ocasião que gentilmente laçarei um contraponto e assim, juntos, fortaleceremos a Democracia. Forte abraço.

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