As reivindicações de direitos autorais estão mudando no YouTube em uma tentativa de deixar a plataforma mais justa para os criadores de conteúdo. Mas a mudança não está imune a efeitos colaborais: o próprio YouTube avisa que, pelo menos no curto prazo, as alterações podem fazer o número de vídeos bloqueados por copyright aumentar significativamente.
É muito comum, principalmente em vídeos no formato vlog, que o trecho de uma música seja reproduzido de modo não intencional. Isso acontece quando o youtuber grava em uma loja que toca música no sistema de áudio para deixar o ambiente mais receptível ou quando um carro passa por perto com o som alto, por exemplo.
Pelas regras anteriores, os detentores de direitos autorais que identificassem trechos de músicas podiam ser “recompensados” por isso obtendo a receita gerada com os anúncios nos vídeos em questão e que, originalmente, seria direcionada ao criador do canal.
Com as novas regras, os detentores só terão duas opções: deixar que o vídeo seja mantido, mas impedir que o criador do conteúdo ganhe dinheiro com ele; ou simplesmente bloquear o vídeo por completo. A opção de compensação deixa de existir.
O YouTube admite que mudou as regras em uma tentativa de conter o crescente número de reivindicações de copyright relacionadas a pequenos trechos de músicas.
Como os detentores de direitos autorais não poderão mais ser remunerados sobre os vídeos reivindicados, a expectativa do YouTube é a de que gravadoras e afins deixem de “caçar” vídeos com trechos de músicas com tanto afinco.
É possível, porém, que os detentores de direitos simplesmente optem por bloquear os vídeos em vez de diminuir a busca por eles, pelo menos na fase inicial.
Por conta disso, o YouTube orienta os criadores de conteúdo a evitar o uso de áudios protegidos, mesmo que eles apareçam nos vídeos por poucos segundos. Em vez disso, o youtuber deve recorrer a fontes que não trarão problemas, como a biblioteca de áudio do próprio YouTube.
No caso de músicas que aparecem no vídeo de maneira não intencional, o YouTube orienta que o criador use as ferramentas de edição da plataforma para resolver o problema removendo ou substituindo o áudio reivindicado.
As novas regras devem entrar em vigor em setembro e dizem respeito apenas às reivindicações aplicadas de modo manual. Se a música for identificada pelo sistema Content ID do YouTube, os detentores de direitos autorais ainda poderão ser remunerados pelos vídeos que contêm o trecho.
Com informações: The Verge
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