Já escrevi algumas vezes que o deputado estadual Ivan Naatz (ainda no PV) é uma metamorfose ambulante, com posturas eventualmente contraditórias. Aqui não se nega sua atuação política, normalmente focada em questões de defesa do consumidor e do cidadão, como sua recente luta contra a TPA, a taxa que é cobrada em Bombinhas e agora também em Governador Celso Ramos.
Mas me chamou a atenção uma postagem dele nas suas redes sociais nesta quarta-feira, provavelmente baseada na notícia do Informe Blumenau que informa que os prefeitos da AMMVI decidiram não aderir ao programa Recuperar, do Governo do Estado, que busca transferir para as associações de municípios e prefeituras a manutenção de rodovias estaduais que cortam as cidades.
“Registro aqui meu total e irrestrito apoio a decisão do presidente da AMMVI Prefeito Mário Hildebrandt de não aderir ao sistema. Na verdade o Governo do Estado tenta transferir para os municípios uma responsabilidade que é dele. Pior, sem apontar dados e indicar os valores necessários à execução do serviço com a qualidade que merecemos. O Vale merece respeito.”
Até aí, tudo certo. Só que na sessão da Assembleia Legislativa do dia 7 de agosto, Naatz usou a tribuna para fazer críticas a posição do prefeito Mário Hildebrandt e da AMMVI.
“Li que rejeitou os recursos, quando nós recebemos pedidos e mais pedidos de vereadores de toda região. O dinheiro está disponível e o prefeito rejeitou. Nós representamos essa associação, mas é até uma perseguição, um propósito político, e quando faz política para prejudicar a população, tem de sentar o sarrafo”, disse Naatz na oportunidade.
O Informe repercutiu na oportunidade, leia aqui.
Na mesma sessão, o colega Ricardo Alba (PSL) fez a mesma crítica, mas Alba faz parte da base do Governo Moisés (PSL).
Perguntei ao Ivan sobre a mudança de opinião e ele me disse: “Quanto ao projeto Recuperar, no início eu acreditei ser bom. Depois que vi os números, notei que trata-se de uma grande furada”.
E quem fica na berlinda são os cidadãos .