Biblioteca da Furb expõe fósseis de relevância internacional

Foto: divulgação Furb

A Biblioteca Universitária Martinho Cardoso da Veiga ganhou uma exposição permanente de dois importantes fósseis, com cerca de duzentos e vinte milhões de anos e que foram descobertos no Brasil. Eles representam uma grande contribuição para o entendimento do planeta terra, de quando a América do Sul e a África formavam um único continente.

“Um deles é de importância internacional porque foi a primeira prova paleontológica da deriva continental, ou seja, da dança continental. O segundo fóssil, não menos importante, é uma espécie de crânio que representa o estágio de transição da vida marinha para a vida terrestre, quando os peixes substituíram a bexiga natatória para pulmão e as barbatanas e membros locomotores” explica o geólogo e professor da FURB, Juarês Aumond.

A exposição também conta com artigos científicos que foram publicados internacionalmente, com reportagens que saíram na mídia em Santa Catarina e também fora do Brasil. Aumond encontrou o Endothiodon na Serra do Cadeado, no Paraná, em 1973 e o Labirintodonte na Serra da Santa, no município de Otacílio Costa, em Santa Catarina, junto com os alunos de Ciências Biológicas da Universidade. Durante uma palestra na FURB, Juarês falou sobre as pesquisas feitas através dessas descobertas. Aumond foi professor na graduação em Ciências Biológicas da FURB por quase cinquenta anos. “São momentos marcantes da história do globo terrestre e também da vida, porque é a transição da vida marinha para vida terrestre. É um evento importante de mudanças morfológicas de peixes para anfíbios e assim sucessivamente. Ou seja, são dois fósseis de grande importância, de animais que se extinguiram porque há duzentos e vinte milhões de anos aproximadamente, houve uma grande extinção e das cinquenta e quatro ordens de vertebrados terrestres que viviam no globo, sobraram apenas quatro. Nós somos descendente de uma dessas quatro ordens, significa dizer que poderíamos não estar aqui hoje. E eu diria que a história da humanidade e da vida é cheia de encruzilhadas, não existe um projeto de evolução, existem encruzilhadas e são elas que determinam o rumo da evolução dos animais, das plantas e de nós mesmos”, diz o professor.

O móvel de exposição dos fósseis é resultado de uma parceria do curso de Ciências Biológicas da FURB e da Biblioteca Universitária e uma importante contribuição para a história do mundo. “Para podermos entender o presente, nós tivemos que conhecer o passado, conhecendo o passado nós conseguimos entender o momento que nós vivemos no presente e aí podemos replanejar o futuro. Porque na minha opinião, estamos entrando em rota de colisão com as mudanças climáticas” comenta Juarês.

O pesquisador é um estudioso do paleoclima, ou seja, do clima de milhares de anos atrás. “Estou me dando conta que estamos vivendo um momento de grande singularidade climática e que está apontando para desastres cada vez mais sérios do ponto de vista de eventos climáticos “dramáticos”, como tornados, ciclones, elevação do nível do mar, escorregamentos, inundações. Então é importante a gente olhar para o passado porque isso sempre aconteceu, as mudanças climáticas são processos naturais”, destacou.

O pesquisador ainda diz que, “o que está acontecendo é que pela primeira vez uma única espécie, o homo sapiens sapiens, – que eu prefiro chamar de demens, porque só um louco faz o que estamos fazendo com clima no mundo, – modificou pela primeira vez em 4.7 bilhões de anos o clima do globo terrestre”, afirma.

A visitação à exposição permanente dos fósseis é gratuita e segue o horário de funcionamento da Biblioteca Universitária, no campus 1: segunda a sexta das 7h30 às 21h45 e aos sábados das 8h às 17.

Fonte: Furb

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