A eleição do professor Lodemar e o preconceito nosso de cada dia

Vítima de críticas homofóbicas por parte de uma mãe de alunas, o professor Lodemar Schimitt foi eleito para a direção da escola Dolores Krauss, localizada no bairro Figueira, em Gaspar, nesta sexta-feira.

Com bastante experiência nas redes públicas do Estado e Municipal, o debate, por conta das mensagens transmitidas pelo WhatsApp, centrou-se na sexualidade do professor. A mãe entendia que Lodemar não era um bom exemplo para as crianças, por ser muito “afetado”, entre outras coisas muito mais pesadas que estavam nos áudios, leia aqui.

Lodemar foi candidato único, com apoio da atual direção da escola. A votação era dividida em alunos, pais e professores. Dos colegas, recebeu o apoio de 84% dos votantes. Dos pais, 63% e dos alunos, 68%.

Mesmo não tendo outro candidato, 50 pais foram as urnas para dizer que não queriam Lodemar como diretor, assim como 74 estudantes.

O que pesou no votos destas pessoas? Seriam as credenciais do professor para dirigir a escola ou o fato dele assumir ser homossexual, sem meio termo?

É difícil avaliar, mas pegando como base a mãe que fez a campanha homofóbica, revela-se muito como boa parte da população reage as diferenças, que deveriam ser encaradas como igualdade, afinal, não há diferença, somos todos seres humanos.  Expressões como “ele é uma boa pessoa, tem capacidade”, “mas aqui na escola não, para os nossos filhos não”, comprovam que o preconceito é real, é vivo.

A mãe usou suas redes sociais para pedir desculpas, declarar-se arrependida, talvez depois de perceber que o que ela fez é considerado crime.  Lodemar promete processá-la e entendo que deva fazer mesmo, pelo caráter pedagógico, não o financeiro.

As pessoas devem entender que não cabe – nunca coube – este tipo de postura, que discrimina, que segrega, em nome de uma “família ideal”. É preciso empatia e, sobretudo, respeito!

2 Comentário

  1. Parabéns pela matéria! Uma das melhores lidas sobre o ocorrido até agora! Showw!!

  2. Penso que a sua eleição já e uma resposta as pessoas que eram contrárias , desnecessário processo , só vai alimentar ainda mais o preconceito . Deveria chamar estas pessoas para uma conversa aberta , mostrar somente sua capacidade educacional. A mãe já mostrou-se arrependida , o professor agora poderia mostrar que esta acima deste preconceito . Somos maiores na diversidade , processo judicial não vai mudar ninguém .

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