Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga eventuais irregularidades nas obras da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, decidiram adiar para a próxima terça-feira (10), às 17h, a votação do relatório final apresentado nesta segunda-feira (2) pelo deputado Bruno Souza (Novo), como forma de poderem ler e analisar as 600 páginas da conclusão dos trabalhos iniciados em fevereiro deste ano.
O presidente da CPI, deputado Marcos Vieira (PSDB), explicou que as reuniões desta segunda e terça-feira (3), inicialmente marcadas para leitura e votação do relatório, seriam um período curto para analisar as 600 páginas, por isso, em comum acordo entre os membros da CPI, foi decidida a transferência da votação para a próxima terça-feira.
Até pelo teor explosivo do documento.
No total, toda documentação levantada nas reuniões da CPI, que foram realizadas em 240 dias divididos em dois períodos, foram de 26 instrumentos com 85 volumes e 18.182 páginas. O relatório final, conforme o relator, pode ser resumido em 50 páginas com as recomendações.
“Muito por ineficiência, muito por descaso, muito por fragilidade de nossas instituições e de nossos órgãos, tanto fiscalizadores como os ordenadores de despesa. Chegamos à conclusão que temos fraudes em licitações, organização criminosa, falsidade ideológica, um rol de crimes que estão ali apontados no relatório e por isso pedimos o indiciamento de diversas pessoas do meio político e do meio empresarial para que possamos virar essa página da ponte Hercílio Luz e trazer a verdade à tona,” disse o relator.
Com exclusividade, o colega Marcelo Lula deu os nomes dos 26 indiciados no relatório, entre eles, o ex-governador Raimundo Colombo, pelo crime de prevaricação, uma espécie de omissão com prejuízos aos cofres públicos.
Bruno Souza concluiu que foram gastos R$ 688 milhões, em valores atualizados em todos os contratos e aditivos na reforma da Ponte Hercílio Luz. “Muito dinheiro desperdiçado. Essa cifra poderia ser bem menor”, dizendo em suas redes sociais que R$ 45 milhões deverão ser ressarcidos.
Participaram da reunião os deputados Marlene Fengler (PSD), João Amin (PP), Jessé Lopes (PSL), Jerry Comper (MDB), Fernando Krelling (MDB). Os deputados Sargento Lima (PSL) e Luciane Carminatti (PT) justificaram a ausência da reunião.
Mais um caso que vai acabar em pizza .