Mulheres marcham conta a violência nesta terça-feira em Blumenau

Esta terça-feira um novo ato contra a violência acontece em Blumenau. Confira mais detalhes no release enviado pelos organizadores:

cartaz marchaMulheres marcham conta a violência nesta terça-feira em Blumenau
Ato vai lembrar vítimas de feminicídio e exigir políticas efetivas de prevenção

Somente nos dois primeiros meses deste ano, três mulheres foram brutalmente assassinadas em Blumenau. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social do município, 44 vítimas passaram pelo abrigo Casa Eliza em 2014 e 63 em 2015 – quase 20 a mais. “Os números aumentam, mas os debates sobre violência e machismo continuam velados. Não somos acolhidas e protegidas pela Delegacia da Mulher de Blumenau, apesar de ser um serviço de atendimento a pessoas em extrema vulnerabilidade e risco. A equipe é reduzida e sem formação especializada, a estrutura física é precária, não há um sistema integrado de informações e muitas vezes nos culpam pela agressão. Por isso, no dia da mulher, convidamos a população para marchar até lá e lutar conosco por um melhor atendimento às vítimas de violência” diz Nis Evangelista, psicóloga e participante do Coletivo Feminista Casa da Mãe Joana, organizador da marcha.

VIOLÊNCIA CRESCE E DEBATES RETROCEDEM

folder feminicidioDe acordo com a ONU, o Brasil é o 5º país no ranking mundial de feminicídios. Quase 96% dos casos são motivados por homens que não aceitam a separação e 70% acontecem dentro de casa (assim como dois, dos três casos registrados em Blumenau este ano). O Mapa da Violência 2015, divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, aponta que o número de mulheres negras assassinadas no Brasil aumentou 54% na última década e que o número de homicídio de mulheres aumentou 12% em Santa Catarina entre 2006 e 2013. De acordo com pesquisa do Instituto Avon e Data Popular (2014), 43% dos jovens entrevistados afirmaram terem visto a mãe ser agredida pelo parceiro e 68% mulheres declararam já ter levado uma cantada ofensiva. Apesar da necessidade de ações urgentes, no ano passado a Secretaria de Políticas para Mulheres perdeu status de ministério e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, apresentou um projeto de lei que dificulta o aborto legal em casos de estupro.

“Em Blumenau, a luta por direitos também não será fácil. A delegacia da mulher está sob responsabilidade do governo estadual e o município não inclui nenhum fundo específico para ações de combate à violência contra mulheres no orçamento anual. Além disso, proibiu discutir igualdade de gênero nas escolas e continua utilizando imagens de mulheres para fazer publicidade da Oktoberfest, mesmo Santa Catarina sendo o 2º estado com mais tentativas de estupro no Brasil” Michele Greco, acadêmica e participante do coletivo.

O QUÊ: Marcha pela vida das mulheres
QUANDO: 8 de março
QUE HORAS: 18h concentração | 19h saída
ONDE: Escadaria da Igreja Matriz até a Delegacia da Mulher (com parada no parque Ramiro Ruediger)

Fonte: Rafaela Costa

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