A boataria confirmou-se e agora novas especulações, muitas.
O que muda com a venda da RBS ?
O que faz dois milionários – um médico que ganha dinheiro no mercado de capital e o dono de boa fatia do mercado farmacêutico brasileiro – investirem num segmento onde a instabilidade tem sido a marca ?
O Jornal de Santa Catarina fechará?
Haverá demissões?
Os novos donos pagarão algo entre R$ 700 milhões e 1 bilhão. Onde está a crise?
Qual é a proposta deles, lembrando que a transação é de um serviço público concedido à iniciativa privada ?
Não se fala aqui da venda de uma rádio, um jornal, uma tv a cabo local, com todo o valor que eles representam. Trata-se da transferência do comando do maior conglomerado de comunicação de Santa Catarina. Seis emissoras de TV, quatro jornais e a operação de rádio, com CBN Diário, Itapema FM e Atlântida. Sem falar a plataforma digital.
O que aliás é proibido pela Constituição, um mesmo grupo empresarial não pode se proprietário de um jornal e uma emissora de tv ou rádio. Olimpicamente desrespeitada pela RBS, Globo, RIC e vários outros grupos e certamente será pelos novos proprietários.
Não faz parte da cultura do cidadão preocupar-se com isso. Mas deveria.
Informação é poder, conhecimento é poder.
É pelo grupo RBS que circula boa parte da informação que chega às pessoas.
O mundo está mudando, levando a comunicação tradicional a reboque.
Mas estamos falando do ainda principal conglomerado emissor de conteúdo em massa, atingindo quase toda a população de Santa Catarina.
O comunicado oficial garante que não haverá mudanças, começando pela indicação do diretor geral da RBS TV para pilotar todos tentáculos em Santa Catarina.
Duvido.
Ninguém entra nesta sem um bom plano de ação. Se estivesse tudo bem a RBS não venderia.
E o jornalismo, como fica nesta situação toda?
Não sei.
Eu fico com o Paulo Alceu, que cantou esta pedra faz um mês.
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A nota oficial da RBS está aqui.
O professor e jornalista Rogério Christofoletti fez uma excelente contextualização, com algumas indagações que embasaram este texto. O texto dele está no site do Sindicato dos Jornalistas, confira.
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