O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (sem partido), estava bem humorado nesta terça-feira a tarde, no seu retorno à cidade vindo de Florianópolis.
Falou da agenda dele na capital, no Tribunal de Justiça e na Assembleia Legislativa, e perguntei sobre seu destino partidário. Ele disse que anunciaria para onde vai até, no máximo, 29 de fevereiro.
Tentei tirar dele a resposta, pois me parece óbvio que o caminho já está desenhado, faltando apenas organizar o anúncio. Ele dava risadas.
Perguntei sobre o Podemos, que desde o ano passado vem sendo ventilado. “Você me conhece Gonçalves, é difícil tirar uma coisa de mim”, disse em tom de brincadeira.
Falei que iria escrever, especular, que ele iria para o partido do senador Álvaro Dias e ele consentiu, mas dizendo que era para deixar claro que é especulação.
O que me leva a pensar neste sentido? Muita informação de bastidor e vivência política.
Entre as informações que recebi, está a que poderá assinar a ficha em Brasília, nos primeiros dias de março.
Sobre a estratégia, desde o começo, desde quando deixou o PSB, no final de 2018, Mário Hildebrandt não quis atrelar sua imagem a política, priorizando a de gestor. Isso fez com que ficasse este tempo todo sem partido.
E desde lá buscava uma sigla “não contaminada” com a “política tradicional”, isso, é claro, referindo-se ao imaginário eleitoral. Recusou convites de quase todos os grandes partidos – PSD, DEM, PSDB, MDB -, sempre observando a onda Bolsonaro e suas repercussões. Hildebrandt votou no hoje presidente em 2018 e desde lá tem manifestado apoio, a ponto de participar de um ato pró Aliança Pelo Brasil, nova sigla que vem sendo construída por Jair Bolsonaro, mas que não estará pronta para disputar a eleição deste ano.
Dentro deste imaginário – partido “não contaminado”, de ir para a sigla de Bolsonaro em seguida – , restam poucas opções no sentido da escolha.
O PL, do senador Jorginho Mello e do deputado Ivan Naatz, convertidos a bolsonaristas de carteirinha, também seria uma boa opção, eles que arregimentam forças entre os descontentes do PSL catarinense, que não são poucos. É uma sigla que mudou de nome recentemente, que não está envolvida em escândalos e está grudada na onda do mito.
Seria o caminho mais natural, mas, dos dois lados, ouvi comentários depreciativos com referência a esta eventual aliança.
Mas a política…
Por isso, a minha aposta no Podemos, sem, no entanto, colocar minha mão no fogo.
Já vi coisas do arco da velha por conta do necessário pragmatismo eleitoral.
PL Waldemar da costa Neto