Informação, prevenção, proteção e gestão de crises. Estas são as etapas do processo de gerenciamento de risco equilibrado apresentado por Paulo Moura, diretor de Inovação e Parcerias Estratégicas da Universidade Costa Azul (UCA) e Instituto Mediterrâneo de Risco para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (Imredd). Este e outros temas afins foram apresentados no 1º Seminário Regional de Resiliência e Gestão de Riscos realizado nesta terça-feira, 10, na Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), em Blumenau.
Segundo Moura, o gerenciamento de risco deve iniciar pela compreensão dos fenômenos e os riscos que cada município está sujeito e pela informação e capacitação dos cidadãos para lidar com tais acontecimentos. Depois, segue-se para a fase de prevenção, visando reduzir o impacto do perigo na sociedade; seguindo para a proteção das pessoas e propriedades. “Por fim, temos a gestão de crise, momento em que os fenômenos são rastreados e monitorados a fim de tornar mais eficaz a ajuda e organizar um retorno à situação normal o mais rápido possível”, explicou Moura.
O diretor comentou ainda sobre as três vertentes da resiliência: proativa, reativa e pós-evento. Para ele, a resiliência deve ser planejada para antecipação de fenômenos, treinamento para prever riscos, adaptação autônoma e resposta organizada quando em situação crítica, inovação e implementação de melhorias quando a crise foi solucionada.
“Falando da questão da resiliência, a gente precisa de uma abordagem sistêmica, ou seja, todos os setores e todos os planos devem trabalhar de forma coordenada. Quando falamos de uma região, é necessário um desenvolvimento igualitário, pois, em um momento de crise, todos perdem e, por isso, devemos trabalhar juntos para tornar o território mais resiliente”, orientou.
“Estamos abrindo as portas do Vale Europeu para o mundo e trabalhando para que sejamos referência na questão da resiliência. Já passamos por momentos duros e os desastres naturais pelos quais nossos municípios foram impactados nos impulsionam a buscar inovações e ferramentas que nos tornem pioneiros e guiem nossos esforços para antecipar crises, agir nas vulnerabilidades, atender a população e voltar à normalidade o mais rápido possível”, declarou o presidente da Ammvi e prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt.
Conforme o presidente da entidade, a “Associação tem se preocupado em aperfeiçoar o debate em cada uma das 14 cidades da região. Este seminário vai proporcionar discussão, formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos que atuam na gestão de riscos e, durante todo o projeto, será construído um plano regional de modernização das equipes locais para oferecer proteção à população”, disse.
Participaram do seminário gestores públicos e técnicos municipais que atuam nas áreas de defesa civil, planejamento urbano, meio ambiente, obras, saúde, educação, assistência social, saneamento e tecnologia, lideranças comunitárias e acadêmicas e comunidade em geral. O evento foi uma promoção da Ammvi em parceria com Imredd, UCA, Universidade Regional de Blumenau (Furb) e Prefeitura de Blumenau. Contou ainda com o apoio dos municípios do Médio Vale do Itajaí.
Programação
A programação do 1º Seminário Regional de Resiliência e Gestão de Riscos do Médio Vale do Itajaí contou com palestras sobre o modelo de região metropolitana de Nice (França) e o associativismo municipal na região. Durante um painel para tratar de defesa civil e resiliência, os participantes conheceram as experiências praticadas pelo Centro de Operações do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Itajaí (Ceops), pela Secretaria Municipal de Defesa Civil de Blumenau, pela Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina e pelo Colegiado de Coordenadores Municipais de Proteção e Defesa Civil da AMMVI.
Oficinas
Durante os dias 10 e 11 de março, gestores públicos participam ainda de oficinas de planejamento para construção de um plano de ação regional para que todos os municípios estejam preparados para antecipar, agir e resistir aos fenômenos e crises que a região pode ser afetada.
O seminário e as oficinas fazem parte de uma parceria entre Ammvi, Furb e as instituições francesas UCA e Imredd com o objetivo de desenvolver um ecossistema local para gerenciamento de riscos e resiliência.
“Devemos criar ainda uma ferramenta metodológica capaz de detectar, monitorar e gerenciar eventos relacionados a riscos. Queremos tornar nossas cidades cada vez mais seguras e munir os prefeitos e agentes públicos com informações que os auxiliem na tomada de decisão”, finalizou o presidente da Ammvi, Mário Hildebrandt.
Fonte: Ammvi
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