O afrouxamento do decreto do Governo do Estado, começando na segunda e com uma segunda etapa na quarta-feira, não é uma liberação para as pessoas irem às ruas. Mas, infelizmente, um recado que pode ser mal interpretado nestes dias de pessoas e famílias confinadas e angustiadas.
O governador Carlos Moisés (PSL) e as demais autoridades estaduais e municipais insistem que a retomada é gradual e vai acontecer a partir de regras que serão restritivas e devem ser anunciada até este domingo. E as autoridades insistem que o mais seguro, ainda, é ficar em casa, seguindo as recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Mas, a partir do infeliz discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último dia 24 e das manifestações irresponsáveis de alguns empresários, é possível perceber que algumas pessoas já acham que pode baixar a guarda e que, se “alguns morrerem com esta gripezinha, paciência, o país não pode parar”.
Estamos no período mais crucial para evitar o aceleramento da curva do contágio de modo que não cause um caos na estrutura pública de saúde e confesso que tenho medo de que meu isolamento nos últimos dez dias tenha sido em vão ou valido pouco.
Portanto, cabe a população, a você cidadão, cidadã, a postura a ser adotada a partir dos próximos dias. A vida não voltará ao normal a partir de segunda-feira, infelizmente.
Teremos que conviver com mortes, com parentes e conhecidos enfermos. É inevitável.
É com a nossa empatia que podemos minimizar os problemas.
Fique em casa. Também estou angustiado, mas aprendi a respeitar quem é do ramo e neste caso vou continuar ouvindo os profissionais da saúde.
Mais um pouco, mais uns dias, podemos sair maiores do que entramos neste enfrentamento e darmos um exemplo para o planeta.
Ou não.
De que lado você quer estar?
TODO MUNDO TEM QUE FICAR ISOLADO.
Menos os médicos, enfermeiros, atendentes e colaboradores dos hospitais.
TODO MUNDO TEM QUE FICAR ISOLADO.
Menos os policiais, bombeiros, socorristas e seguranças.
TODO MUNDO TEM QUE FICAR ISOLADO.
Menos os agricultores, os pecuaristas, os caminhoneiros, os frentistas, os padeiros, cozinheiros, estoquistas, caixas e atendentes.
TODO MUNDO TEM QUE FICAR ISOLADO.
Menos todo mundo. Só eu! O resto do mundo tem que trabalhar para me dar conforto e o meu patrão, ou o governo, tem que me sustentar durante o isolamento. Mas eu não posso me contaminar.
A QUARENTENA TEM QUE CONTINUAR.
Mas tem que continuar com supermercados abastecidos, gasolina na bomba, comida no prato e pão quentinho no café.
Quarentena com entrega de gás, com delivery de pizza, com água corrente na torneira e energia na tomada.
E fascista é aquele que disser que o país tem que continuar. NÃO TEM. As vidas são mais importantes.
Menos as vidas daqueles que trabalham para que o sistema continue funcionando na mais plena normalidade. Afinal, quarentena sem internet não dá. Né? Aí é desumano!
Nessa geração de Narcisos, cada um se acha o reizinho do próprio império, onde tudo e todos, do micro-empresário ao Governo Federal, têm como único objetivo proporcionar-lhe bem-estar.
Cada facilidade, criada pelo mundo moderno, é um serviço essencial, que não pode parar.
É um momento delicado, onde todos devem fazer sua parte, com pequenos sacrifícios, em nome da sociedade.
Menos eu. Lógico! Eu tenho família, oras…?