Opinião: precisamos falar sobre Carlos Moisés

Foto: Mauricio Vieira/Secom

O objetivo era ajudar na campanha política do amigo. Dois dias antes do prazo final para o registro de candidaturas ele aceitou o desafio de ser candidato ao governo de Santa Catarina. Desde o início, Moisés dava sinais claros que sua candidatura não era uma candidatura séria, seu plano de governo tinha cinco páginas. Todavia, a onda conservadora que assolou o país transformou o bombeiro em governador.

Em 2016 estive em uma palestra da pesquisadora Flávia Piovesan. Não esqueço-me de sua fala sobre políticas públicas. De acordo com a professora, as políticas públicas são feitas com dois passos para frente e um para trás, ou seja, é necessário fazer a ação estatal e corrigir sempre que for necessário. Carlos Moisés, mesmo inexperiente no campo político, agiu em seu primeiro ano de mandato com serenidade. Um dos exemplos ocorreu quando o governador vetou o projeto de lei que permitia que travestis e transexuais recebessem tratamento pelos nomes sociais nos serviços públicos do estado e depois mudou de ideia e fez um decreto que contrariou seu veto. Durante o ano recebeu um pedido de impeachment e incomodou sua base olavista. Convenhamos, receber uma crítica de seguidores de Olavo de Carvalho é mérito para se pendurar na parede. Continuou no PSL após a crise envolvendo o presidente e não dava sinais de radicalismo. 

Winston Churchill escreveu que é uma verdadeira benção ter a oportunidade de comandar o país em épocas de crise. Nesta crise, Carlos Moisés prova seu valor. O governador toma medidas baseadas na ciência e quando é falho não possuí problema em assumir e corrigir seus erros. Mesmo diante da inépcia da presidência da república em não garantir renda aos trabalhadores informais e pequenas empresas, Moisés não estremece perante pressões de alguns setores. Em um mundo apocalíptico, os governantes precisam trazer soluções ao seu povo e não embates desnecessários. Talvez não estejamos diante de um governador memorável, mas é um governante que provou ser capaz de comandar um Estado em crise. Talvez setores importantes o abandonem e Moisés não crave sua reeleição, nada importa neste momento onde é necessário salvar vidas e garantir renda à empresas e trabalhadores.  Há várias críticas que eu poderia tecer às opiniões do governador, mas perante seu comportamento na maior crise enfrentada pelo estado, é necessário reconhecer os acertos de um governador que venceu de rompante. 

3 Comments

  1. Que matéria tendenciosa, Moises rompeu com Bolsonaro no inicio de 2019, depois de junho de 2019 quando começou a apoiar o PSOL foi a gota da água e ele está fazendo um péssimo serviço quebrando todo o estado e fazendo vários decretos inconstitucionais rompendo até o direito de ir e vir se isso não é um principio de ditadura não sei o que é, deixe de ser um petista amargurado que se esconde e se liberte falando a verdade. Só para complementar ele toma as medidas baseado em um orgão supra nacional que segundo o vice-ministro do Japão é Organização Chinesa de Saúde, visto que grande parte da sociedade médica já demonstrou que o isolamento não funcionará ( Associação Médica Americana, Associação Médica de Turin e até aqui no Brasil o Dr. Osmar Terra que passou por 2 epidemias de H1N1 e tem artigos publicados sobre o assunto).

  2. Concordo com as colocações!!

    Tem me surpreendido positivamente as ações e modo de agir do Governador!

    Que consiga continuar cada vez mais distantes dos extremos e sem dar importância às “birutas”, falastrões que conhecemos bem de perto de nós.

  3. Parabéns ao Fernando Krieger que sempre tem apresentado artigos de opinião com análises muito bem elaboradas.

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*