Talvez muitos ficarão incomodados com esta expressão, usada por um político aqui de Blumenau, referindo-se as nominatas a vereador. Ele referia-se a grande maioria dos candidatos, que trabalharão para outros se elegerem, aqueles com potencial de voto superior a dois mil.
Na eleição de 2016, por exemplo, o vereador que ficou com a última vaga foi Aílton de Souza, o Ito (PL), que fez 2.279. Oito dos eleitos fizeram entre três e quatro mil votos.
Bruno Cunha, então no PSB, foi o segundo mais votado, com 4.829 e Marcos da Rosa (DEM) o mais votado, com 5,571.
15 candidatos fizeram votação acima de dois mil votos e ficaram de fora da atual Legislatura.
28 candidatos fizeram entre mil e dois votos. E a grande maioria, 134 candidatos, fizeram menos de mil votos. São os “cavalos pangarés” que meu interlocutor se referiu.
É verdade, como é verdade que sem estes “cavalos pangarés” os pré-candidatos com bom potencial de votos não chegarão a lugar algum, ainda mais sem a possibilidade de coligação nas chapas proporcionais. Estima-se que serão necessários entre 11 e 12 mil votos para garantir uma cadeira para cada sigla.
Para pegar como base a eleição passada e o vereador mais votado, Marcos da Rosa, ele precisou de outros seis mil votos pelos menos para garantir sua vaga.
São estes os “cavalos pangarés” responsáveis pela matemática que garantirá os 15 eleitos em Blumenau.
Não me importarei em entrar como “cavalo pangaré”, muito embora possa me transformar em cavalo árabe.
O importante é participar.
Mais uma vez, há que não se reeleger, pois política não é profissão.
Não reeleja, leitor!