Bolsonaro diz que cobrança sobre mortes por coronavírus precisa ser feita a governadores e prefeitos

Imagem: reprodução/TV Globo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 29, que a cobrança sobre as mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil deve ser feita a governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento para tentar conter o contágio pela covid-19.

Bolsonaro também afirmou que os países que adotaram o chamado isolamento horizontal, mais abrangente e que não inclui apenas pessoas que têm mais risco de desenvolver complicações pela doença, registram maior número de mortes por coronavírus, o que contradiz os dados divulgados (leia mais abaixo).

Bolsonaro deu as declarações na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada um dia após receber duras críticas por ter respondido “e daí?” ao ser perguntado por jornalistas sobre o fato de o número de mortes por covid-19 no Brasil ter superado o registrado na China, onde a doença surgiu.

“O Supremo decidiu que quem decide essas questões [de combate ao coronavírus] são governadores e prefeitos. Então, cobrem deles. A minha opinião não vale. O que vale são os decretos dos governadores e prefeitos”, afirmou Bolsonaro nesta quarta, ao lado de deputados aliados e diante de apoiadores.

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a que Bolsonaro se refere foi tomada no início de abril pelo ministro Alexandre de Moraes e determinou que o governo federal não pode derrubar decisões de estados e municípios sobre isolamento social, quarentena, atividades de ensino, restrições ao comércio e à circulação de pessoas, adotadas durante a pandemia do novo coronavírus.

No julgamento, Moraes afirmou que a coordenação das medidas compete ao governo federal, mas, a partir de critérios técnicos, estados e municípios, dentro de seus espaços normativos, podem fixar regras de distanciamento social, suspensão de atividade escolar e cultura, e de circulação de pessoas.

A decisão foi tomada em meio ao crescimento do embate entre Bolsonaro, que é contra medidas de isolamento mais abrangentes, e governadores, que são favoráveis a essas ações, adotadas por orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: G1

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