O governador Carlos Moisés (PSL) cancelou a tradicional transmissão ao vivo do boletim atualizado sobre o coronavírus desta sexta-feira. Estaria sem seu fiel escudeiro até agora, o secretário de Saúde Helton Zeferino, que pediu exoneração nesta quinta-feira a noite, depois da recente denúncia da compra suspeita de respiradores. Certamente sobre este tema recairia as manifestações na internet e as perguntas dos jornalistas.
Esta compra, com custo de R$ 33 milhões, pagos de forma antecipada, sem receber os equipamentos que ainda não chegaram, em uma negociação feita em menos de uma semana, cheira muito mal. E vem acompanhada da recente tentativa de montar um hospital de campanha em Itajaí, com um custo de R$ 78 milhões e uma eficácia no mínimo questionável, em outro negócio estranho, para dizer o mínimo.
O hospital foi barrado pela pressão da Assembleia Legislativa e comunidade, mas a compra de respiradores não. Só foi descoberta pelo trabalho de jornalistas como Fábio Bispo e de sites como o Intercept_Brasil.
O secretário sai, mas o dinheiro ainda não voltou. Onde foi parar? Vai voltar?
Quem executou este negócio? E não me venham colocar a responsabilidade em uma funcionária de escalão intermediário. Se é isso, os gestores, no caso o secretário de Saúde e o próprio governador foram omissos, para ficar apenas em uma acusação mais leve.
Qual é a participação do secretário de Saúde? Qual a participação do governador Carlos Moisés?
Helton Zeferino sai, mas não resolve o problema do Governo. É preciso explicar o que aconteceu.
A comissão especial da Alesc criada para acompanhar os gastos do Estado com a pandemia comemora a saída do secretário, um pedido que havia sido feita na última reunião virtual e passa o recado, nas palavras do presidente, deputado Marcos Vieira (PSDB): “a comissão seguirá com seu trabalho de fiscalização das ações governamentais no combate à pandemia, cumprindo com sua função republicana de zelar pelo dinheiro que é de todos os catarinenses.”
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