Muita gente vai torcer o nariz com o que vou escrever – hoje talvez eu também – , mas tenho o Moacir Pereira como uma referência em jornalismo político com opinião.
Trabalhei com ele na minha primeira experiência como jornalista, na antiga RCE, em Florianópolis, lá nos idos de 1992. No tempo da máquina da escrever e do telefone com fio, me chamava a atenção a quantidade de autoridades que ligavam para ele e sua agilidade para transformar em notas que seriam impressas e lidas num Teleprompter de esteira.
Muitas caronas peguei com ele para descer o Morro da Cruz, onde ficam as emissoras que transmitem para a capital e para todo estado.
De lá para cá, nossos poucos encontros foram em eventos, seminários, palestras e programas que entrevistei ele.
Sempre gostei da sua capacidade de se expressar, além de saber o papel dele na formação do primeiro curso de jornalismo de SC.
Confesso que, recentemente, vejo o jornalista Moacir Pereira, com sua influência de 56 anos de profissão, usar seus canais digitais para defender um lado e criminalizar o outro.
São suas convicções, é preciso respeitar, mas relativizar, questionar, desconfiar são nossas responsabilidades. O que não quer dizer não ter posições.
Moacir faz parte da minha formação e reforço meu respeito.
Nesta terça-feira, Moacir foi desligado do grupo NSC, onde atuou por 21 anos e foi referência em todos os veículos da empresa.
É mais um formador de opinião que sai.
Seu destino provável é o grupo ND, que recentemente contratou Cacau Menezes, mas demitiu muita gente por conta da crise do Coronavírus.
Concordo com sua opinião, deixou de ser equilibrado nos seus artigos há tempos, se tornou um jornalista partidário e apoiador do que se elegeu e do projeto neoliberal que o fez perder o emprego, uma hora a lei do retorno chega, e chegou! Seguirá sendo um boca alugada da direita e renegado pelos bons jornalistas e pela história.