O que cada um leva consigo

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sylvio zimmermann

Sylvio Zimmermann Neto

Presidente Fundação Cultural de Blumenau

 

Nunca é fácil despedir-se.

Mas, consola-me o fato de que da cultura nunca nos despedimos. Ela é arraigada em nós. É como diria Otto Maria Carpeaux, “Cultura é aquilo que fica quando uma pessoa já esqueceu tudo o que aprendera.”

Portanto, podemos partir de uma casa, de uma instituição, mas nunca do que ela nos proporcionou.

Ao ser convidado para assumir a presidência desta nobre casa sabia exatamente da dicotomia administrativa, política e intelectual que é gerir a Fundação Cultural de Blumenau. Desde 1º de janeiro de 2013 dediquei-me com energia em manter a instituição que representa as mais elevadas manifestações humanas – as artes e as ciências, sob a égide dos princípios da administração pública.

Avalio que a atuação pública é sujeita a muitas frustrações, especialmente nos últimos anos em que a degradação política parece exposta ao mais raso patamar, todavia informo a Vossa Senhoria que acumulei honra, conquistas e muitas satisfações desde a posse até o último dia de trabalho.

Destaco nesta bem-sucedida gestão a equipe de servidores que não medem esforços para a consecução dos objetivos da casa, procurando, cada um em sua área e da sua maneira, contribuir com seus talentos e habilidades na qualidade da prestação de serviços.

A Fundação Cultural é um ambiente cosmológico; onde acontecem inúmeros eventos simultâneos em apenas um dia, de diversas vertentes artísticas e culturais e isso é energético. Apesar dos grandes desafios de se mediar uma instituição destas proporções, temos resultados muito positivos para a cultura municipal.

Hoje, possuímos uma plataforma digital, a “Blumenau mais cultura” que é um meio de ligação entre artistas e pessoas da cultura se intercomunicarem e mesmo ao público em geral saber da vida cultural na cidade. A cada dia, ela se completa por si só.

Deixaremos como legado uma grande obra de fomento e incentivo aos programas de acessibilidade. Nestes anos, a Fundação Cultural de Blumenau esteve de portas abertas para o público e de mãos dadas com todos aqueles que nos procuram.

E, ao final de 2015, tivemos a honra, falo isso comentando sobre o Museu de Arte de Blumenau (o MAB), de estampar a capa do livro “Brasil em números”, do IBGE. Um 2015 de Parques da leitura, de FENATIB, de ações de descentralizadoras totalizando 500 eventos por ano.

Penso no título em português de uma escritora romena, a Herta Müller , prêmio Nobel em 2009 “Tudo o que tenho levo comigo” e este título me chamou atenção. Vou parafraseá-la “Tudo o que aprendi nestes três anos de Fundação Cultural de Blumenau levo comigo”. E sei que a cultura, as artes e as ciências muitos e muitos blumenauenses levaram consigo da Fundação Cultural de Blumenau.

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