Tem gente que entende que a divulgação da reunião ministerial autorizada pelo STF não compromete a imagem do presidente Jair Bolsonaro, pois o conteúdo não apresenta provas de algum tipo de delito. E que enfraquece a denúncia do ex-ministro Sérgio Moro, autor da denúncia que gerou o pedido de transparência para o encontro, onde o presidente teria deixado claro sua intenção em interferir na Polícia Federal.
Quem está cegamente fechado com o presidente Bolsonaro prefere não enxergar o óbvio, por conveniência ou cegueira mesmo. O presidente não cita claramente a Polícia Federal, mas deixa claro que fica incomodado com o que considera “perseguição” a ele, a família e amigos e que vai mexer.
O que a gravação não mostra, por ter acontecido no dia seguinte, é a confirmação da troca do comando da Polícia Federal, sucedida pela troca do comando no Rio de Janeiro – domicílio eleitoral de Bolsonaro e os três filhos políticos -, que culminou com o pedido de demissão de Sérgio Moro.
Mais que evidência, isso é fato.
Tem ainda as revelações do caráter do presidente. Putaria, foder e puta que pariu foram palavrões repetidas numa reunião pública, com ministros e ministras. Não é crime, mas é revelador também.
Como é revelador também a forma que enxerga e qualifica os adversários políticos.
Pediu para os ministros tomarem a linha de frente na defesa do Governo.
E alguns deles, os mais afinados com o presidente, da mesma linha – laia? – dele, falaram algumas barbaridades. Algumas compartilho.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse que estaria sendo organizado um pedido de prisão de governadores e prefeitos por conta das medidas de isolamento
O ministro da Educação, Abraham Weitraub, disse que era preciso prisão para alguns agentes públicos, a começar pelos ministros do Supremo.
O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles disse para o Governo aproveitar que o foco da imprensa estava no Coronavírus para aproveitar para aprovar leis de desregulamentação, na área dele e em outras áreas.
Tá tudo bem para você?
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