O Google Trends, ferramenta que rastreia os assuntos mais procurados na plataforma, demonstra que após 100 dias de isolamento social, a população brasileira deixou de buscar informações sobre a pandemia de Covid-19.
Uma busca comparativa na ferramenta, evidencia que a principal palavra de busca para informações sobre a doença é “coronavírus”. O termo tem sido muito mais popular que “covid-19” ou outras palavras relacionadas como “pandemia” e “quarentena”.
Justamente o termo “coronavírus” registrou a maior queda de buscas no Google. No fim de janeiro, a plataforma detectou os primeiros movimentos de crescimento do interesse sobre o tema no país. O pico de buscas, foi no dia 5 de abril, quando o país registrava pouco mais de 11 mil casos e 487 mortes. Em 22 de junho, quando o o Brasil tinha mais de 50 mil mortes e quase 1,1 milhão de casos da doença, o interesse pelo tema caiu 94%.
No início de fevereiro a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu que o nome da doença causada pelo novo coronavírus seria Covid-19. A partir de então, entre 9 e 15 de fevereiro, o Google registrou um tímido interesse das pessoas sobre o termo “covid-19”. Cerca de um mês depois, entre 8 e 14 de março, a procura pela doença na plataforma disparou e, em maio, passou para uma queda menos acentuada, com alguns picos de busca. Ainda que a queda seja mais contida no termo “covid-19”, ele é muito menos buscado que “coronavírus”.
Além de “covid-19” e “coronavírus”, outros termos relacionados à doença foram alvos de busca pelos usuários e, também deixaram de ser procurados ao longo das últimas semanas.
Os brasileiros pesquisaram sobre “casos coronavírus”, “quarentena”, “isolamento social” e “síndrome respiratória aguda grave”. Todos com maior registro de procura em março e forte queda em junho.
Efeito Bolsonaro
Na noite de 24 de março, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento afirmando que a pandemia do novo coronavírus não passava de uma “gripezinha”. O termo ganhou rápida repercussão na internet, levando a um pico de buscas no Google.
Na mesma época, o interesse das pessoas por saber mais sobre “cloroquina” também aumentou. Apesar da crescente busca em março, foi apenas entre 17 e 23 de maio que o termo ganhou maior relevância.
Naquela semana, o Ministério da Saúde estabeleceu novos critérios para uso do medicamento. As recomendações passaram a permitir o uso de cloroquina ou hidróxido de cloroquina já nos primeiros dias após a manifestação de sintomas.
Fonte: Congresso em Foco
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