O sociólogo Zygmunt Baumann define a sociedade contemporânea como líquida. Nesta sociedade, nada é certo, tudo está em transformação. As instituições e estruturas que antes, fundamentavam a sociedade moderna, o Estado, a democracia, a ciência e a própria imprensa, tem no capitalismo tardio o seu papel questionado e relativizado.
O resultado é um período de incertezas, angústia, medos e intolerância. Na política, este período é marcado pela hegemonia das ideologias de Estado mínimo. Produziu forte concentração de riquezas e amplificação da massa de empobrecidos.
O sociólogo polonês faleceu em janeiro de 2017, porém os conceitos desenvolvidos por ele, podem ser uteis para definir o espírito do ano de 2020. Vivemos dias de incertezas e inseguranças, não só trazidas pelo COVID-19. O medo produzido pelo vírus é em grande parte oriunda do negacionismo de governos e de grupos anticientíficos. Mas, mesmo antes da chegada dele, já vivíamos uma generalização de crises políticas e econômicas.
No âmbito nacional e local, esse cenário fica ainda mais turvo se considerarmos que 2020 é um ano eleitoral. O processo de distanciamento social, atrelado as mudanças de regras promovidas pela chamada “reforma Eduardo Cunha”, o fracasso moral da chamada nova política e pela “onda 17”, tornam o resultado do certame de 15 de novembro incerto.
O ano de 2020 pode ser definido como uma grande tempestade. Uma tempestade perfeita que pode fazer sucumbir políticos e analistas. Pensem nos campeões de votos de 2018. Por onde andam e como estão sua popularidade.
Dos governadores eleitos há dois anos, com o discurso contra a política tradicional, três enfrentam processo de impeachment. O presidente, que por mais que nesta semana é saudado por uma leve ascensão na aprovação, mantém a segunda pior rejeição de um presidente desde a redemocratização. Ganha só de Fernando Collor de Mello, que no mesmo período de governo tinha 41% de reprovação.
Colocar-se na trincheira na tentativa de compreender os rumos escolhidos pela sociedade é um desafio necessário. O medo e a angústia é resultado do desconhecimento. Desconhecimento do outro como indivíduo, porque vivemos cada vez mais enclausurado em nossas bolhas, desconhecimento do novo, porque a ciência e o conhecimento não costumam ser democratizado. Terreno fértil para a intolerância.
Este espaço soma-se ao Informe Blumenau na tentativa de jogar luz sobre o debate político e minar as práticas intolerâncias tão presentes na sociedade contemporânea.
Ótima reflexão!!
Vivemos nesse mundo líquido. Valores que hoje estão supostamente em alta, amanhã podem mudar. Muito bom trazer alguém especializado, bem formado na área de humanas para debater esses temas.
“O medo produzido pelo vírus é em grande parte oriunda do negacionismo de governos e de grupos anticientíficos. Mas, mesmo antes da chegada dele, já vivíamos uma generalização de crises políticas e econômicas.”
Caro Josué, concordo. O negacionismo interesseiro e anticientífico de muitos pseudo médicos, cientistas visando unicamente lucros posteriores com medicamentos/vacinas caríssimos (a descobrir) é a causa de tantas mortes aqui no Brasil.
Nosso país virou terra de gado manipulado. A máfia dos governadores, prefeitos e vários médicos (malignos) não querem por ex. a hcloroquina e ivermectina justamente por serem muito baratos e eficazes! Mas inúmeros médicos/cientistas conceituados os defendem, onde a máfia midiática local e mundial desprezam e rejeitam, porém, se dessem logo NO INÍCIO, NO COMEÇO dos sintomas, com fartos exemplos de curas, o número de mortes não chegaria a 15% do atual no Brasil!
A falência de pessoas e empresas gerará mais mortes no curto/médio prazo. Se a mídia e a OMS gostam do mantra: “fique em casa” então que paguem pra todos ficarem em casa! Já são inúmeras pessoas em desespero, em fome, doentes, necessidades extremas, desempregados!
A propósito, não defendo direita nem esquerda, pois as duas correntes ideológicas NUNCA desejaram acabar com o déficit público, gastos e mordomias federais em várias esferas. Essa sim, a causa da tragédia, sofrimento e subdesenvolvimento dos brasileiros à décadas.
Abs.