O futebol, o cético e o novo ano que vem por aí

Foto: Facebook Grêmio

O meu grande amigo Marco Antônio André, advogado, que comanda o Resenha de Preto aqui no Informe Blumenau – e também torcedor do São Paulo – brincou com o poadcast que gravei para o encerramento do ano com o Fernando Krieger. Disse que minhas expectativas para 2021 são para “cortar os pulsos”. A gravação você pode acompanhar aqui.

Pois é. Meu ceticismo começa já nesta conta que não fecha,  de virar um dia e acabar o ano, encerrar um ciclo que não existe, apenas está introjetado sociedade. Mas, tudo bem, é sempre bom uma celebração, aquela animação das pessoas em busca de roupas com cores que vão transformar suas vidas no “novo ano”, acompanhadas daquelas mandingas gastronômicas e de outras ordens. Como dizem muitos, buscar as “energias positivas” necessárias para começar mais um período do calendário.

Imagino que tenha sido assim em dezembro de 2019, em especial neste dia 31. Eu apostei que muita coisa poderia ser diferente na minha vida pessoal, renovei esperanças na humanidade e torci pelos “bons acontecimentos” que fariam do meu “novo ano” especial.

Mas, para mim e para a maioria do planeta, as vibrações positivas foram interrompidas logo no começo do ano, pelo medo distante, pelo medo real e pelas consequências diretas e indiretas do Coronavírus em escala global. No Brasil, em Blumenau, quando houve os primeiros casos de infectados, segui as recomendações, me tranquei com meus dois filhos pequenos em casa, com a certeza de ia passar. Tudo passa, não é verdade?

Veio abril, maio, junho e chegamos em dezembro e não passou. Temos quase 200 mil mortos no pais, voltamos  média dia de mais de mil mortes e mais de sete milhões de pessoas infectadas. São mais de 1,2 milhões de pessoas mortas em todo o globo terrestre.

Para piorar, este jornalista baixou a guarda e em dezembro foi contaminado com o vírus, passando maus bocados durante cerca de 20 dias, mas felizmente em casa. Senti – e sinto ainda- a força do Coronavírus.

Mas além do vírus que impregnou 2020, algumas características da humanidade afloraram a níveis insuportáveis, propagadas pelas ondas da Internet. Negacionismo, cegueira, intolerância e, principalmente, falta de empatia. Isso fez o ano ser ainda mais duro, mais difícil, em particular no Brasil.

O nosso país continente, cantado em verso e prosa em todo o mundo, virou motivo de chacota e perplexidade por conta da atuação da nossa liderança maior, presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que desde o começo se mostrou por inteiro para quem insistia em não conhecê-lo. Ele não se revelou, apenas confirmou o que sempre foi na sua trajetória política e militar, ele que foi expulso dos quartéis e um deputado federal medíocre, do baixo clero da Câmara por sete mandatos. E o pior que ainda continua agradando uma “claque” importante da população.

Falo nisso para reforçar ainda mais meu ceticismo para o novo ano, que ao contrário de 2020, já tem indicativos de algumas situações que vão acontecer.

Enquanto cinquenta países pelo menos já começaram a vacinar sua população – a vacina não é a solução, mas a única indicação tirada pelas principais nações do mundo e pela comunidade científica mundial para enfrentar o vírus neste momento, minimizando o contágio e mortes e dando um fôlego para o retorno das atividades econômicas -, nosso Brasil não tem uma vacina contratada, analisada, e o pior. Não tem um plano de logística e não sabe ainda o que fazer.

Para piorar, seguindo a sinalização que vem sendo dada de forma reiterada pelo presidente Bolsonaro, a população preferiu largar de mão de vez, para comemorar o Natal – não necessariamente o espírito de Natal – e esperar 2021 lotando praias, bares, festas e muitas comemorações particulares.

O resultado desta combinação é a dimensão do meu pessimismo, fazendo que 2020 tenha tudo para se arrastar por boa parte de 2021 ainda.

E o que tudo isso tem com o futebol?  Nesta quarta-feira, 30 de dezembro, o meu time, o Grêmio garantiu vaga para mais uma final da Copa do Brasil, campeonato que já venceu cinco vezes. Jogando um futebol feio, contra um São Paulo favorito, embretou os paulistas e deu esperança que o nosso ano de 2020 não está perdido e que podemos ainda ter um título que tanto sonhamos quando o ano começou.

Aquele Grêmio, que encantou o Brasil com bom futebol, teve que fazer diferente para não amargar nova decepção e deu um alento para nós torcedores e uma esperança de dias melhores, quem sabe com o título, lembrando que todos os campeonatos de 2020 terminarão em 2021 por conta da paralisação provocada pela pandemia.

Uso o futebol para acalentar meu ceticismo, deixar de ser ranzinza neste último dia do ano (?!) e desejar a todos um ano novo de recuperação, torcendo para que ela venha na forma de civilidade, humanidade e empatia.

2 Comentário

  1. Concordo Alexandre, tenho baixa expectativa em relação ao ano que começa. Por outro lado boto fé na vacina que vai ser a melhor munição contra a pandemia.

  2. Lamento colegas, mas não deveriam por tanta fé nas vacinas…
    A peste chinesa foi realmente criada em laboratório e vacinas serão inúteis!? Como indica estudo publicado em livro deste conceituado cientista:
    https://www.lifesitenews.com/blogs/renowned-european-scientist-covid-19-was-engineered-in-china-lab-effective-vaccine-unlikely

    O infame genocídio brasileiro continua porque os irresponsáveis e desumanos médicos não querem usar estes medicamentos de forma PRECOCE (ivermectina ou hcq e nem tentam ?) apoiados pelo stf, governadores, prefeitos!

    E pq a mídia extremista terrorista também não informa que o Brasil está com MENOS mortes p/milhão comparando com: Argentina, Peru, Chile, México, Panamá, Itália, Espanha, Bélgica, França, UK…etc ???‍♂️

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