O vice-presidente Hamilton Mourão disse sentir falta de ter diálogo mais frequente com o presidente Jair Bolsonaro. Mourão conta que as conversas são espaçadas, o que o impede até mesmo de saber como agir. “Não há conversas seguidas entre nós. As conversas são bem esporádicas”, afirmou o general à CNN Brasil. “Faz falta, sim. Faz falta até para eu entender em determinados momentos o que eu preciso fazer”, completou Mourão.
Ele disse que considera “difícil” que Bolsonaro o convide a ser vice em sua chapa em 2022 e que, caso isso ocorra, terá de discutir com o presidente os termos da relação. “Depende. Teríamos de ter uma conversa”, ponderou. “Não sou candidato a nada”, ressaltou.
O general declarou que “em hipótese alguma” concorrerá contra Bolsonaro. “Fui militar durante 46 anos da minha vida. Comandei tudo que você pudesse comandar. Então, a mosca azul não me pica aqui de jeito nenhum”, afirmou o general, que é filiado ao PRTB.
Ainda na entrevista aos analistas políticos Basília Rodrigues e Igor Gadelha, da CNN Brasil, Mourão disse que a falta de conversa com Bolsonaro o deixa mais distante dos bastidores das eleições para presidente da Câmara e do Senado. Ele acredita que os vencedores, sejam quais forem, não vão criar obstáculos para o governo, por não fazerem oposição ao Planalto.
Para Mourão, a disputa no Congresso indica que haverá uma reforma ministerial este ano. “Os indícios levam a isso. Estamos num momento de transição, nova liderança nas duas casas do Congresso”, declarou.
O vice-presidente também considera que tanto Bolsonaro quanto o governador João Doria cometeram erros na condução das disputas políticas em torno da vacinação contra covid-19. “Tanto do nosso lado aqui do governo, como do Doria. Aí começa um chama de mentiroso, o outro chama de não sei o quê. Isso não é a política”, afirmou. “Vejo que isso aí foi algo que, vamos dizer assim, fugiu à boa política. Essa é minha visão. Fugiu à boa política”, acrescentou.
Fonte: Congresso em Foco
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