A Google, empresa que controla a plataforma de vídeos YouTube, retirou do ar na noite desta quarta-feira, 3, dois canais vinculados ao site Terça Livre. Conhecido por uma postura de defesa aberta e controversa de temas da direita e extrema-direita, o grupo possuía mais de um milhão de assinantes antes de sair do ar.
A decisão foi tomada após o canal sofrer o chamado “terceiro strike”, por não seguir as regras de uso do site. Desta vez, a insistência do canal em produzir mais vídeos questionando a integridade das eleições dos Estados Unidos – onde o democrata Joe Biden venceu Donald Trump – foi visto pelo YouTube como um desrespeito à chamada “política de integridade da eleição presidencial”. Outro dos vídeos publicados pelo Terça Livre foi visto como “incitação para que outras pessoas cometam atos violentos contra indivíduos ou um grupo definido de pessoas.”
O fundador do site, Allan dos Santos, considerou a decisão um ato de censura – tese que foi replicada por alguns influenciadores da esfera bolsonarista e conservadora. Allan é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das Fake News, e, em tese, está proibido de usar sua conta em redes sociais desde meados do ano passado. O influenciador segue, porém no Twitter, se valendo de outra conta.
O site – um dos mais aguerridos na defesa do bolsonarismo – continua no ar, assim como as suas redes sociais. Nos últimos dias, uma campanha do movimento Sleeping Giants Brasil conseguiu convencer anunciantes a retirarem propagandas veiculadas automaticamente na página do Terça Livre e do canal do YouTube – o que provocou uma queda de receita da companhia.
Em nota, o YouTube afirmou que todos os conteúdos na sua plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade. “O YouTube também se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios”. Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, explicou a empresa, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades.
Fonte: Congresso em Foco
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