Opinião: autorrealização superficial no âmbito moderno

Imagem: reprodução

 O refúgio social, antes seria um lazer, prazer de viver diante do caótico social humano, por sua vez, o indivíduo se desconectou com o externo para o interno, conectando com o EU interior. Ato que se desprendia ao meio, para viver e não sobreviver em quatro paredes no ambiente escuro, na interrogação, “Por que viver assim?”. Sentimentos como esses é explícito constantemente, está na essência do mundo pós-moderno, evidenciando causa e objeto, sentimento e irracionalidade, modelo social que está intrínseco ao senso comum. Nestas ligações, transparece um ciclo e o resultado de um sistema e a situação de cada elemento que lhe constitui.   

Fatos e circunstâncias, desenvolvidos desde a Idade Média ao modernismo, apresentam utopicamente revolucionário. Porém, distanciando ao ser elemento principal, a natureza. Comportamento humano, refletindo nas indústrias, na ciência, na tecnologia e até na política funcional que utilizamos hoje. Transcendendo-a globalização, resultando a transição da pluralidade à unicidade, tanto no âmbito cultural, quanto institucional, por uma fluidez de informações, esclarecida por Zygmunt Bauman “Modernidade Líquida”: É o conjunto de relações e instituições, que se impõe e que dá base para contemporaneidade. Numa época de liquidez, fluidez, incerteza e insegurança.

Sob tais ideologias do período moderno, referimos a semana da arte moderna que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. Desenvolveu a ruptura do modelo parnasianismo e propunha a ruptura com o academicismo, como também encaminhou a valorização da identidade e a cultura brasileira, retratando seu povo. No entanto, algumas consequências do período moderno estavam presentes na sociedade brasileira, a industrialização, vigente em São Paulo e Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século XX. Eventualmente, transparecendo uma mutação social, diante do movimento literário, por uma liberdade ideológica da época e do movimento industrial, ao êxodo rural, na migração em massa do campo para a cidade, próximo das concentrações industriais. 

O primeiro destes eventos, encontra-se desde da origem sociais, na luta pela conservação cultural do grupo e da adaptação de um sistema suburbano, refletindo nos escanteios das cidades que convivemos até hoje. No entanto, visa a subordinação a seguir de forma inconsciente a este fator ideológico. Constatando-a a demanda de informações para o seu enquadramento em longo período de vida, desde no ensino regular ao académico, trazendo à tona a ausência do tempo individual, do auto conhecer de forma paralela, interligado ao sistema inserido, ocasionando o vazio interior. Diante do existir humano.

Ainda nesta ideologia, o Brasil é um dos maiores agroexportadores do mundo, tendo uma ampla produção agropecuária e vários hectares de terra em uso do mesmo. Porém existem dois lados da moeda, diante deste quadro social, causa e consequência, bem e mal. Relatando de um lado maiores picos econômicos que o país nunca refletiu, quanto de outro lado o desmatamento é uma prática comum para realização da agropecuária, como também o uso do agrotóxico, que contaminam o solo, lençóis freáticos e os rios. Levando em pauta o questionamento, “Até que ponto vale a desnaturalização do elemento natural, para o prazer da auto realização humana?”. Refugando o bem estar natural para o bem estar social, na inibição das ameaças climáticas futuras.

Desde a antiguidade, o ser humano percorria o ato do conhecer, de se autorrealizar, na alusão do se sentir completo, vigente nos padrões de beleza, na área profissional, político e científico, a fim de chegar no fim da autorrealização, denominando a felicidade. Catalogado até no livro Ética Nicômaco de Aristóteles. Mediante a esta obra, reflete a realidade do contemporâneo, por sua vez, o indivíduo psicologicamente vazio na busca constante de se sentir enquadrado no “belo quadro social”, visualizando um patamar de um EU que não existe.

Pensar, compreender, analisar para ter a conclusão do algo, está ativamente presente na essência do ser humano. Todos desenvolvimentos tecnológico, científico e social estão ligados a este contexto, presente tanto na sociedade brasileira quanto no meio global, processada em forma direta e indireta. Vagamos em notícias, informações, no avanço da tecnologia, e da adaptação do meio constantemente, desde a idade antiga até a idade moderna. Para além, do processo de ruptura em cada período histórico, há o enquadramento de sentir autorrealizado, naturalizando o cansaço existencial e a desvalorização da base social (classe baixa), mergulhando na autorrealização superficial no âmbito moderno.

 

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