Vereadores questionam cancelamento da eleição do Conselho de Cultura de Blumenau

Fotos: Redes Sociais/Reprodução

Os três vereadores da bancada evangélica de Blumenau, Jovino Cardoso Neto (SD), Silmara Miguel (PSD) e Marcos da Rosa (DEM) usaram a tribuna da Câmara de Blumenau na sessão desta terça-feira, 25, para criticar a suspensão da eleição dos representantes do Conselho Municipal de Cultura, prevista para o ultimo sábado, e o que consideram um preconceito contra os evangélicos bancado por parte de representantes de movimentos de esquerda.

A Secretaria de Cultura e o Conselho Municipal de Cultura suspenderam as eleições por conta de suspeitas sobre os procedimentos do processo eleitoral, prorrogando o mandato dos atuais conselheiros por seis meses. A eleição dos membros, responsáveis pela elaboração das políticas culturais de Blumenau, aconteceria de forma remota.

O argumento principal das acusações é de que alguns dos inscritos para serem votados não morariam na cidade, condição básica para concorrer, mas o pano de fundo é a questão religiosa, misturada com a ideológica, a velha disputa esquerda x direita, direita x esquerda.

E foi isso que os vereadores defenderam nos seus pronunciamentos, destacando o direito das pessoas se candidatarem e serem votadas, independente da religião, e que a Igreja, no caso a Assembleia de Deus, presta um importante trabalho na área cultural.

“Não queremos invadir o espaço de ninguém”, disse Jovino, afirmando que vai pedir ao secretário de Cultura e ao prefeito para que realize a eleição o quanto antes, “sem discriminação”.

A colega Silmara Miguel foi na mesma toada, enaltecendo o trabalho cultural no segmento evangélico e o que considera discriminação no processo. Elencou várias atividades desempenhadas por pessoas ligadas a Igreja. “O que me traz hoje na tribuna é um sentimento de vergonha, indignação, de tristeza pelo preconceito que nós cristãos estamos sofrendo”, fazendo um questionamento importante no que diz respeito a denuncia formal, de que pessoas de fora de Blumenau participariam do processo. Fez uma referência ao que o partido nazista fez com os judeus nos tempos de Hitler, defendendo a liberdade.

A fala de Silmara foi bastante lúcida e didática. Agora, boa parte da sua fala foi no tempo da presidência, cerca de oito minutos a mais, uma deferência que não deveria ter sido feita

Marcos da Rosa foi incisivo também, anunciando um requerimento para pedir explicações e soluções por parte dos responsáveis pelo Conselho, cobrando soluções práticas e breves. E fez questão de associar com posições políticas, prós e contras Bolsonaro.

Os três deram um jeito de referir-se a advogada Rosane Magaly Martins, ex-presidente e ex-candidata a vereadora pelo PSOL, autora da denúncia (uma delas, segundo a Secretaria de Cultura). Rosane usou suas redes sociais e deu entrevista em alguns veículos pegando pesado contra os evangélicos.

3 Comentário

  1. O Conselho de Cultura, assim como a Secretaria com mesmo nome, devem esclarecer o porque desse cancelamento. A quem interessa esse cancelamento? Porque prorrogar os atuais mandatos até o final do ano?

  2. Licitude, transparência…coisas que nos bastidores da Câmara e da Prefeitura .
    Mas se tem denúncia , é bom investigar .

    Os evangélicos no centro das polêmicas, deste o projeto de isentar IPTU para templos e igrejas , é bom ficar atento…interesses, interesses e interesses .

    Deixar claro que não tenho nada contra a Igreja Evangélica ou os evangélicos , tenho desconfiança das atitudes de alguns políticos que utilizam a Igreja evangélica e seus membros para assuntos que não tem nada a ver com religião , independente do credo .

  3. Não tem questão religiosa alguma nessa história. Simplesmente pessoas tentaram fraudar a eleição inscrevendo votantes de fora da cidade para ter mais votos. Os vereadores estão tentando transformar uma questão técnica-legal em religiosa sem razão para isso. Se os envolvidos nessa tentativa de fraude se dizem evangélicos, isso é problema deles, os demais evangélicos da cidade não devem sair em defesa de quem está errado apenas pela fé confessada. Transformar algo simples como cancelamento de uma eleição para apuração de denuncias em suposta perseguição religiosa é muito baixo vindo de quem tem a obrigação de defender a apuração da denuncia em vez de automaticamente desmerecer ela por haver possível envolvimento de evangélicos nisso.

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