O Pix foi lançado em outubro de 2020 pelo Banco Central (BC) e já se tornou o segundo meio de pagamento preferido pelos brasileiros, atrás somente dos cartões de débito e crédito, segundo uma pesquisa feita pela Fiserv e enviada com exclusividade ao CNN Brasil Business.
Entre os participantes do estudo, 22% dizem que preferem o Pix para fazer pagamentos, enquanto 28% preferem usar o cartão.
O Pix também é tido como o mais confiável pelos brasileiros. A pesquisa mostra que 66% acreditam que o meio de pagamento é seguro, na frente de dinheiro em espécie (57%), código de barras (57%) e cartão com chip na maquininha (56%). Apenas 46% afirmam ter alta confiança no uso de cartão de crédito online.
Para Rogério Signorini, diretor de produtos e-commerce da Fiserv América Latina, o crescimento do Pix acontece ao mesmo tempo em que os outros meios de pagamento online caíram no gosto dos usuários — impulsionados por fatores como a pandemia e o crescimento no número de smartphones no mundo.
Somente no Brasil, segundo a Faculdade Getúlio Vargas (FGV), existem 234 milhões de smartphones para uma população de 211 milhões de pessoas. É por isso que, para ele, os meios de pagamento não competem entre si.
“Uma coisa não exclui as outras e são formas diferentes de pagamento eletrônico que trazem muita facilidade para o consumidor e estamos vendo isso com muita relevância no mercado como um todo — e as pessoas preferem perder a carteira do que o celular, porque ele facilita a vida delas”, diz.
Signorini também entende que a adesão dos brasileiros aos meios digitais veio para ficar e que não é uma tendência que se fortificou somente por conta da pandemia.
“Com a Covid-19, 40% das pessoas usam mais cartão de crédito e carteira digital do que antes, então acho que essa fase que vivemos, — inclusive com o fechamento de comércios, a única forma de vender era de forma remota—, contribuiu para essa aceleração. Essa tendência foi acelerada durante um tempo de crise, mas não acho que ela vai sumir”, afirma.
É o fim do dinheiro?
Com a pandemia e as regras de distanciamento social para evitar o contágio pela Covid-19, muitas pessoas passaram a ver no dinheiro em espécie o risco de contaminação, já que moedas e notas de dinheiro passam por muitas mãos. Mais da metade (52%) dos brasileiros afirmou ter usado o dinheiro com menos frequência durante esse período.
Muito tem se falado sobre um “possível fim do dinheiro físico”, mas, para Signorini, isso não deve acontecer. “Assim como o cheque, que foi caindo em desuso, mas não deixou de existir, acho que com o dinheiro irá acontecer a mesma coisa”, diz.
“Cada tecnologia vai ser mais específica ou fácil de você usar em um determinado momento, em uma determinada situação, no tipo de pagamento que você vai fazer. Fazer compras no supermercado é diferente de comprar o carro, então cada situação vai pedir o meio de pagamento que facilite a vida do usuário”, afirma.
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