O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação, ficou em 0,72% em julho, abaixo da taxa de 0,83% registrada em junho. Com o resultado, o índice teve a maior alta para o mês desde 2004, quando atingiu 0,93%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A energia elétrica apresentou o maior impacto individual no índice do mês. Em junho, quando entrou em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, a alta foi de 3,85%, segundo o instituto. Neste mês, o aumento foi de 4,79%.
A aceleração em julho se deveu ainda ao reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos (frente a R$ 6,243 em junho).
Além da energia elétrica, o grupo Habitação foi influenciado pelos aumentos nos preços do gás de botijão (3,89%) e do gás encanado (2,79%).
O grupo de Transportes apresentou alta de 1,07%, puxada pelas passagens aéreas, que subiram 35,64% em julho contra queda de 5,63% em junho. Os preços dos combustíveis, que tiveram alta de 0,38%, desaceleraram em relação a junho (3,69%). A gasolina, com alta de 0,50% em julho, acumula variação de 40,32% nos últimos 12 meses.
Por outro lado, houve deflação no grupo Saúde e cuidados pessoais (-0,24%). Isto é reflexo do reajuste de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). É a primeira vez que a ANS autoriza um reajuste negativo.
Alta é de 8,59% nos últimos 12 meses
Em 12 meses, o índice acumula alta de 8,59%, bem acima do teto da meta do governo.
Fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o centro da meta este ano é de 3,75%. No entanto, a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo permite que o índice varie de 2,25% a 5,25%.
No ano, o índice acumula alta de 4,88%. Em julho de 2020, a variação havia sido de 0,30%.
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