A briga Décio x Jorginho chega a Luciano Hang e ao Sintex

A campanha de Décio Lima (PT), candidato ao Governo, usou no programa deste sábado na TV e no Rádio uma fala do empresário Luciano Hang, para atingir o adversário Jorginho Mello (PL) e também o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PL).

O áudio repercutido é de uma reunião ocorrida em 2018 de empresários da indústria têxtil com o secretário estadual da Fazenda, Paulo Eli. Hang não é empresário da indústria, mas participou por ter sido convidado.

A discussão era sobre aumento de impostos para o setor. O secretário Paulo Eli disse que era necessário para pagar os professores, no que o empresário teria dito para atrasar e demitir se fosse o caso.

Luciano Hang, o Velho da Havan, é flagrado em áudio discutindo com o Secretário da Fazenda de SC. Ele não quer pagar impostos e ordena: "Atrase o salário dos professores. Demita metade. Demita metade dos 'diabo dos professor'". pic.twitter.com/q0o5phn3n6

— Paulo Boccato (@BoccatoPaulo) October 22, 2022

O Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, que tem em sua base 18 municípios, representando em torno de 4.500 empresas, entrou na discussão, mesmo sem Hang ser filiado. Emitiu uma nota oficial, onde não desmente a fala, apenas diz que foi tirada de contexto.

“O Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, que tem em sua base 18 municípios, representando em torno de 4.500 empresas, vem a público declarar que o vídeo veiculado pelo Partido dos Trabalhadores e pelo candidato ao governo do estado, Décio Lima, mencionando que o empresário Luciano Hang teria buscado vantagens ilegais, inclusive com demissão de professores, não exprime a realidade, isto porque, retira a afirmação de Luciano Hang do contexto da reunião.

Em 2018, o secretário da Fazenda do estado de Santa Catarina, Paulo Eli, convocou uma reunião com empresários da indústria têxtil com o objetivo de aumentar em 5% a alíquota do imposto do setor. Na oportunidade, o Estado tentava justificar o aumento dizendo que necessitava pagar a folha dos professores. Luciano Hang, que não é empresário da indústria têxtil, foi chamado para participar da reunião. O empresário defendeu que não era possível aumentar os impostos e, sim, que o estado deveria melhorar a gestão em todas as áreas. Luciano Hang, inclusive, afirmou que benefícios e privilégios deveriam ser cortados antes de qualquer aumento de impostos, citando, por exemplo, a retirada de carros e motoristas de parlamentares do estado.

Ou seja, a reunião teve como objetivo trazer ao conhecimento da Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina, que a indústria têxtil, não concordava com mais um aumento de impostos, afirmando que os recursos deveriam ser obtidos com a melhor gestão da verba pública em todas as áreas do governo.

Os brasileiros têm uma carga tributária asfixiante e não é possível que políticos não consigam fazer uma gestão eficiente com tantos recursos. A filosofia de que a iniciativa privada sempre deve pagar mais impostos não é mais aceitável em nosso país.

Registra-se que todo aumento de impostos recai sobre o consumidor, diga-se, o trabalhador brasileiro, que é o verdadeiro prejudicado, resultando na eliminação de empregos e rendas. Além disso, tira a competitividade das empresas, gerando empregos no exterior como reconhecidamente na China.”