Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT) foram adversários no segundo turno das eleições de 2022. Representaram dois polos antagônicos do ponto de vista eleitoral, o bolsonarismo e o lulismo. Jorginho virou governador, Lula presidente. Décio, presidente do Sebrae, e principal interlocutor do Governo Federal em Santa Catarina, junto com a esposa, deputada federal Ana Paula Lima (PT).
Um ano depois e a pouco menos de um ano para as próximas eleições, as municipais, é natural que Jorginho e Décio travem embates, como o protagonizado em Trombudo Central neste sábado, durante visita da comitiva do Governo Federal para conversar com os prefeitos do Alto Vale do Itajaí, região bastante castigada pelas chuvas de outubro e novembro.
Durante o encontro, o governador pediu ao Governo Federal que a ajuda de Brasília venha o mais breve possível para os municípios catarinenses, afirmando que os prefeitos ainda esbarram na burocracia. Pediu a inclusão de recursos do PAC para o Projeto Jica, que prevê desassoreamento, dragagem e novas barragens, entre outros.
No ato, com prefeitos, deputados da região e representantes do Governo Federal, Jorginho Mello voltou a cobrar o valor aplicado pelo estado nas obras em rodovias federais, cerca de R$ 465 milhões. Neste momento, Décio Lima tomou a palavra para contextualizar como se deu este aporte. Lembrou que o dinheiro foi disponibilizado pelo ex-governador, Carlos Moisés (Republicanos), pela inércia do governo Jair Bolsonaro na aplicação os recursos previstos no orçamento para as obras de infraestrutura em Santa Catarina.
Como governador de Santa Catarina, Jorginho tem todo direito e DEVE cobrar por mais recursos para Santa Catarina, ainda mais em momentos como os de catástrofes por conta do clima. Agora, precisa separar as pautas.
Uma coisa é o auxilio e as respostas que o Governo Federal está dando ao estado por conta das enchentes. Outra é o ressarcimento de recursos que o Governo Bolsonaro não aplicou e o Governo do Estado absorveu, com aprovação da Assembleia Legislativa. Tema que pode ser motivo de debate, mas não neste momento de catástrofe.
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