A Huawei vai construir a rede 5G brasileira?

Foto: reprodução/divulgação

Não é segredo que o Brasil está definindo que irá construir nossa rede da quinta geração de internet móvel, o 5G. Segundo especulações, será a Huawei a empresa responsável pela iniciativa — ou pelo menos é isso o que o governo chinês acredita que vai acontecer.

O embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, disse: “Estou confiante no sentido de cooperação entre China e Brasil na tecnologia 5G.” O Brasil “vai levar em conta o interesse no desenvolvimento do país” na hora de analisar a proposta da Huawei, em suas palavras. O embaixador ainda argumenta que a posição do governo brasileiro frente à gigante de tecnologia chinesa tem sido objetiva e racional, mesmo em meio à campanha de “má fé e difamação” orquestrada pelos EUA.

Aos fatos: o presidente chinês Xi Jinping tem reunião agendada com Jair Bolsonaro, em Brasília, ainda nesta semana. Este será o segundo encontro entre os presidentes em menos de um mês. Durante o encontro, é a Huawei deve apresentar uma proposta para o leilão do 5G, marcado para o ano que vem.

Mas vale lembrar que essa é uma questão muito delicada e que poderia colocar o presidente brasileiro em conflito direto com Donald Trump e os Estados Unidos, que vivem uma intensa disputa comercial com a China.

Tensão entre países

As autoridades dos EUA já alertaram para os seus aliados que devem evitar o uso de componentes da Huawei em suas redes 5G, argumentando que eles facilitariam as formas de espionagem chinesa. E o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, relembrou em discurso feito na Alemanha, na última sexta-feira (8), o alerta. Pompeo disse que a companhia chinesa não é inteiramente confiável, pois está sob o comando do partido comunista chinês.

Porém, o presidente brasileiro é considerado um aliado próximo de Donald Trump. Washington já avisou que, em caso de abertura do Brasil para a Huawei, isso poderia rebaixar a cooperação entre os países — como a parceria para uso da Base de Lançamentos de Alcântara, que busca lançar satélites a partir do território brasileiro.

Por outro lado, a incessante demanda da China por commodities, como ferro e soja, transformou o Brasil em um dos seus principais parceiros comerciais. Desde então, companhias chinesas também estão investindo, de maneira significativa, em países da América Latina. Essas iniciativas, inclusive, estão atraindo grupos e companhias estrangeiras a participarem do programa bilionário de privatizações do atual governo nacional.

Mais um ponto para a equação são as divergências ideológicas entre o presidente Bolsonaro e o governo chinês. Em entrevista, o embaixador chinês negou qualquer mudança no apoio ao governo de Nicolas Maduro, na Venezuela. Já o Brasil solicitou que seus aliados reconhecessem Juan Guaido, o presidente da assembleia nacional venezuelana, como o legítimo presidente do país.

Fonte: Agência Globo

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