A intervenção do liberal Bolsonaro e o “amigo do amigo de meu pai”

Intervenção de Bolsonaro na Petrobras

O liberalismo do presidente Bolsonaro foi colocado em cheque. Depois de uma conversa com o ministro Onyx Lorenzoni, ele interviu na Petrobrás para segurar o reajuste do diesel, evitando assim uma nova greve dos caminhoneiros.

O chefe da Casa Civil foi avisado do reajuste por um assessor por volta das 18:30 de quinta-feira. Ele telefonou ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que teria sugerido uma reunião hoje para discutir o assunto.

Onyx entrou no gabinete presidencial logo após Bolsonaro finalizar uma live nas redes sociais e saiu de lá 20 minutos depois com a certeza de que o aumento foi suspenso.

Neste meio tempo, Bolsonaro telefonou ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pedindo que ele revogasse o reajuste.

A intervenção do presidente fez a Petrobras perder R$ 32 bilhões em valor de mercado.

As informações são da Bloomberg

Da parte dos caminhoneiros

O chefe dos caminhoneiros, conhecido como Chorão, contou para o Estadão que Jair Bolsonaro mandou a Petrobras suspender o aumento do diesel:

“Eu preciso agradecer num primeiro momento o ministro Onyx e o ministro Floriano Peixoto, que levaram o problema para o nosso presidente (…). Isso prova que mais uma vez o presidente está do nosso lado, ao lado da categoria. É um comprometimento que ele teve com a categoria e que a gente teve apoiando a sua candidatura.”

Apesar disso, ele não descartou uma nova greve:

“A gente fica muito feliz, porque vê que Bolsonaro está olhando por nós. Só que a gente também sabe que não é uma situação muito fácil, vem chumbo grosso por aí, pode ter certeza, porque querendo ou não interfere na política de preços.”

Toffoli

O empreiteiro e delator Marcelo Odebrecht afirmou à Polícia Federal que o codinome “amigo do amigo do meu pai” se referia ao atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. A informação foi revelada nesta quinta-feira (11) pela Revista Crusoé, que teve acesso a um documento enviado pelo empresário.

Em mensagem a dois executivos da empreiteira, no dia 13 de julho de 2007, Marcelo questiona: “afinal, vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?”. O executivo Adriano Maia responde: “em curso”.

Nos esclarecimentos enviados aos investigadores, Marcelo Odebrecht afirma que o diálogo “refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira”.

O empreiteiro continua dizendo que “‘amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antonio Dias Toffoli”, que, à época, era advogado-geral da União, no Governo Lula. “A natureza e o conteúdo dessas tratativas, porém, só podem ser devidamente esclarecidos por Adriano Maia, que os conduziu”, acrescentou.

Toffoli tem foro privilegiado e só pode ser investigado pela PGR.

Nota da PGR

A Procuradoria-Geral da República divulgou em seu site a seguinte nota:

“Ao contrário do que afirma o site O Antagonista, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não recebeu nem da Força-Tarefa Lava Jato no Paraná e nem do delegado que preside o inquérito 1365/2015 qualquer informação que teria sido entregue pelo colaborador Marcelo Odebrecht em que ele afirma que a descrição ‘amigo do amigo de meu pai’ refere-se ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.”

Resumo do Brasil: a intervenção do liberal Bolsonaro e o “amigo do amigo de meu pai”.

 

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