Marcio Tomelin
Diretor de Produto e Mercado da WK Sistemas
No início da década de 60 nos estúdios da Hanna-Barbera surgiam Os Jetsons. Naquela época, as previsões de especialistas diziam que 100 anos mais tarde as ficções vividas pelos Jetsons se tornariam realidade para nós. Os especialistas erraram. A precisa lei de Moore contribuiu em muito para este “pequeno” erro. A tecnologia avançou de forma incrível e foi se tornando cada vez mais acessível a todos. Situações futurísticas vividas pelos Jetsons como: carros voares, robôs empregadas, jetpacks, videochats, hologramas, impressões 3D, drones, relógios inteligentes, entre outros, fazem parte hoje da nossa vida real, transformando nossas vidas e forma como fazemos negócios.
Com toda esta evolução tecnológica, negócios e mercados inteiros estão sendo transformados. Grandes complexos de ativos estão sendo ameaçados por ideias digitais. Grandes conglomerados empresariais centenários estão vendo suas riquezas ficarem para trás, com a chegada de ideias revolucionárias que estão “disruptando” mercados inteiros com pouquíssimos anos de vida. Mas como? Como é possível um negócio poderoso, com muita riqueza ser afetado e até engolido por um negócio novo, sem forte poder econômico?
A evolução tecnológica está aí, disponível a todos. A computação em nuvem tem colocado à disposição de pequenos empreendedores todo o poderio tecnológico que antes era restrito às grandes corporações, dando assim oportunidade ao surgimento de negócios inovadores literalmente do dia para a noite com baixíssimo investimento. Mas, a tecnologia por si só tem sido a grande responsável por este enorme movimento de transformação digital? Mesmo tendo sido anunciada pela lei de Moore lá na década de 60 e no mesmo período demonstrada pelos Jetsons, a evolução tecnológica ainda está nos dias de hoje pegando muita gente de surpresa e afetando muitos negócios.
Mobilidade, TVs Inteligentes, Big Data, Analytics, IoT, Inteligência Artificial, Chat Bots, Smartphones, relógios inteligentes e diversas outras tecnologias fazem parte da transformação digital que estamos vivendo, porém a transformação digital não tem a ver apenas com tecnologia. A tecnologia é meio neste processo e não fim. Transformação digital tem muito a ver com a empresa ser ágil e isso implica em mudar sua cultura organizacional, modelo de gestão e mindset de seus principais executivos e aí é que começam os grandes desafios que a tecnologia por si só não resolve.
A transformação digital pode acabar com o seu negócio se você ficar parado e não entender bem este movimento. Se anos atrás negócios inteiros foram afetados ou dizimados pela transformação digital, como os conhecidos casos da Blockbuster, Kodak, Indústria Musical, cinematográfica, TVs abertas, o quanto de ameaça nos dias de hoje a transformação digital pode gerar sobre o seu negócio? É hora de se reinventar, reimaginar, destruir e reconstruir seu próprio negócio antes que o concorrente o faça. Foque nesta nova economia que é cada vez mais digital e cada vez mais voltada para plataformas de negócios.
Segundo o IDC, até o final de 2019, o gasto com transformação digital deverá atingir US$ 1,7 trilhão em todo o mundo, um aumento de 42% em relação a 2017. A mesma pesquisa diz que as organizações transformadas digitalmente gerarão pelo menos 45% de suas receitas a partir dos modelos de negócios do “futuro comércio”. O IDC aponta também que no Brasil a maioria dos gestores está consciente sobre a transformação digital e compreende a sua urgência, mas não sabe ainda ao certo como colocar em prática em seus negócios. A Brasscom divulgou durante o 3º Seminário de Políticas Públicas & Negócios, que a transformação digital no Brasil deve movimentar cerca de R$ 250 bilhões até 2021.
A vida digital está aí, cheia de provas que ela veio para ficar e transformar negócios inteiros, mudar nossas vidas e nossos hábitos cotidianos, tanto com potencial para gerar sucesso, como o fracasso, seja pessoal ou profissional. A tecnologia está acessível a todos e aquelas pessoas e empresas que estiverem mais dispostas a fazer uso dela, quebrar paradigmas e se reinventar, certamente estarão passos à frente. Mas é importante agir, pois diferente da morte da TV analógica que está sendo anunciada com data marcada e dando às pessoas o tempo para adaptação, a transformação digital nos negócios não mostra o prazo para acabar com o seu negócio, pode ser em um ano ou em uma década, e realmente pode acontecer. Por isso, comece a se reinventar agora.
Sobre o autor:
Marcio Tomelin é Diretor de Produto e Mercado da WK Sistemas. É formado em Ciências da Computação pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e tem MBA em Marketing pela FVG. Tem 20 anos de experiência no mercado de TI com ênfase em gestão empresarial, vendas, marketing e estratégia de mercado.
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