Uma ala de parlamentares do PSDB apelou para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, trabalhe para ser o candidato da sigla na disputa à presidência da República em 2022.
O movimento em favor de Leite abre uma dissidência clara contra João Doria (PSDB), governador de São Paulo e também cotado para concorrer em nome do partido.
O governador gaúcho recebeu, nesta quinta-feira, 13 deputados federais do partido e um senador (Rodrigo Cunha, de Alagoas) para um almoço no Palácio Piratini, sede do governo estadual.
No encontro, os parlamentares fizeram o apelo para que Leite assumisse o papel de pré-candidato para as eleições do ano que vem. Com isso, Leite deve viajar pelo Brasil para expor seu nome e suas ideias.
Um dos participantes do almoço foi o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), um dos dois únicos parlamentares gaúchos na ocasião. Lucas ressaltou que o encontro já estava na agenda antes de todas as brigas internas do PSDB aflorarem, mas que a ocasião foi oportuna. “Juntou o fósforo com a risca da pólvora”, parafraseou.
O objetivo do encontro era apresentar um quadro geral de três anos de governo no estado e falar sobre as privatizações em curso no estado – entre elas a CEEE, companhia de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
“O que aconteceu foi um chamado para que Eduardo Leite estivesse à frente desse esforço, de uma agenda de realizações”, disse Redecker. “E ele não deve fugir de um chamado desse”, complementou.
Questionado se Eduardo Leite seria a melhor alternativa para o partido em 2022, Redecker desconversou e apontou que tanto o gaúcho Leite quanto o paulista Doria estariam prontos para a missão.
O deputado em primeiro mandato, no entanto, não deixou de apontar as qualidades de um deles: “O Eduardo Leite é alguém que soma e que não divide”, refletiu. “E não precisa se polarizar a política, no sentido de que ‘se você não está comigo, você é meu inimigo.'”
A disputa entre Leite e Doria ficou mais explicita nesta semana, quando o paulista começou a se movimentar para dirigir a executiva nacional do partido e expulsar da sigla hoje deputado federal Aécio Neves (MG). Com a máquina partidária na mão, uma candidatura de Doria em 2022 ficaria mais provável.
Um dos mais vocais críticos da ação, Eduardo Leite disse que o partido “não depende de uma só pessoa”, o que gerou movimentações para barrar uma candidatura de Doria.
Lucas Redecker acredita que é cedo para o partido escolher um nome. “A construção do PSDB tem que partir a partir de um projeto. Uma vez definido esse projeto, deve se escolher quem irá executá-los”, resumiu o deputado. “Mas isso é em um segundo momento.”
Fonte: Congresso em Foco
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