Anatel: licitação para o 5G acontecerá no primeiro semestre de 2020

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou que pretende abrir a licitação de implementação da quinta geração de telefonia móvel (5G) até o final de março de 2020. Segundo o órgão, a expectativa de tempo está em conformidade com o mercado mundial.

“Estamos no mesmo ritmo do que está acontecendo no resto do mundo”, afirmou Felipe Lima, representante da agência, em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15). “Alguns países já licitaram, mas ainda estão desenvolvendo suas redes, que ainda não estão em funcionamento”.

As empresas atuantes no setor dizem que já estão cumprindo as normas técnicas necessárias para a implementação do 5G no Brasil, restando apenas os trâmites políticos para começarem as devidas instalações. O diretor regulatório do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Sérgio Kern, pediu que a licitação não tenha “caráter arrecadatório” e que seja feita com as regiões onde as conexões móveis atuais não chegam em mente.

Segundo a Anatel, 5.400 cidades brasileiras têm cobertura 3G, que chegaria a 97% da população; e 4.400 cidades têm cobertura 4G, chegando a 95% da população. As empresas concessionárias do setor pedem, porém, por alterações na lei 13.116/15, que estabelece parâmetros para a instalação de infraestrutura de telecomunicações, como antenas e repetidores de sinal. Segundo elas, a legislação atual é muito burocrática e dificulta o posicionamento de novas antenas de transmissão, o que contribui para a não cobertura de algumas áreas.

Outros usos

A conexão 5G, aos olhos dos participantes da audiência pública, não é “uma evolução do 4G”, mas sim “uma nova e disruptiva tecnologia”. Para o secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Vitor Menezes, o 5G permitirá aplicações como carros autônomos, agricultura de precisão e cidades inteligentes.

Menezes ainda salientou a utilização do 5G como mecanismo de reconhecimento facial em escolas e salas de aula, como é feito em algumas instituições na China. “Muitas vezes famílias muito pobres recebem o Bolsa Família e colocam a criança no sinal para pedir esmola ou para trabalhar no campo. Com o 5G você pode colocar uma tecnologia de identificação facial dessas crianças na sala de aula, e isso gera um dado de presença dessa criança, que pode ser enviado diretamente para o ministério que cuida do Bolsa Família, e o corte é feito automaticamente”, ele disse.

Fonte: Câmara dos Deputados

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