Armas, violência e ninguém sabe o que está fazendo

Fernando Krieger
estudante de Filosofia e editor do The Ironic Herald

 

O presidente americano Donald Trump defendeu na última quarta-feira o armamento de professores para amenizar os estragos com os ataques às escolas do seu país.

Os Estados Unidos agonizam há muito tempo com o problema. Como lá as armas podem ser compradas com certa facilidade, a solução do presidente é armar professores, atacar a violência com mais violência, pois o lobby armamentista americano não permite uma discussão mais humana sobre o assunto.

O que vai acontecer é uma terrível situação: alunos entram atirando em colegas e professores atirando em alunos.

É radical a minha percepção? Precisa ser.

E por aqui os fantoches do Tio Sam pensam parecido, mas é claro que pensam.

No Brasil, a Câmara prepara a liberação da venda e o porte de armas de fogo.

Com a reforma da Previdência suspensa e o decreto de intervenção eleitoreira federal no Rio de Janeiro já aprovado pelo Congresso Nacional, a Câmara abre caminho para a votação de uma agenda rasa e desastrosa na área de segurança pública, promessa de Rodrigo Maia, ainda no segundo semestre do ano passado. Entre os projetos em pauta, está a controversa revisão do Estatuto do Desarmamento, que restringe o comércio e o porte de armas no Brasil desde 2003.

A ideia é flexibilizar uma série de itens para facilitar a posse de armas, que vão desde diminuir a idade mínima para a aquisição, conceder mais licenças para pessoas sem antecedentes criminais e que atestem a sua sanidade mental, até eliminar a necessidade de comprovação de efetiva necessidade da arma, que hoje é avaliada pela Polícia Federal. A base da proposta, amparada pela chamada bancada da bala – que em sua maioria tem uma bíblia na outra mão – é o projeto de lei (PL 3722/2012) de autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC). Aprovada em comissão especial da Câmara, a matéria está pronta para ser apreciada no plenário.

Me assusta tais mudanças. Armar um país como o nosso, em que a violência com armas de fogo, em sua maioria, não se concentra em ataques a escolas, mas sim em cada esquina de nossas cidades.
Armas nas mãos de uma população ansiosa, uma população estressada com familiares que morrem em filas de hospitais, de crianças que não conseguem estudar em escolas de qualidade, um país da merenda escassa, do transporte caro, do desemprego, das compras essências no supermercado, isso quando conseguem comprar algo.

Defender o armamento é defender a barbárie ou você meu amigo acredita mesmo que a violência vai diminuir se cada brasileiro caminhar por aí com um 38 pendurado nas calças?

Vamos lá de novo, parece clichê, mas a realidade é que o investimento necessário para se mudar a realidade do país é investir em educação.

Esta é a base para a construção de um país em que o leque de oportunidades se abre para mais áreas, negando assim o caminho da violência.

Fuja de discursos políticos fáceis, aqueles das frases prontas, do “bandido bom é bandido morto”, do “atirar para matar”, pois normalmente tais nomes não colocam uma frase se quer referente à educação em seus discursos.

Caminhamos para um ambiente hostil, se já não estamos, e eu peço a vocês que em suas conversas no dia a dia não corroborem esse discurso assustador, pois vocês não sabem do que estão falando.

9 Comments

  1. Caro Fernando, vc está bem equivocado. Quando os professores estiverem armados os alunos não se atreverao a atirar nos outros.
    Se a bandidagem pode andar c/armas, as pessoas de bem muito mais!

    Os bandidos ficarão sim intimidados; por isso deitam e rolam hoje.
    A defesa é um direito.

  2. Alcino Carrancho, Aquele Que Aprova a Revisão do Estatuto do Desarmamento disse:

    Aprovo a revisão do Estatuto do Desarmamento! Aprovo também aquilo que já deveria existir há muito tempo, que é termos no Brasil instituições fortes, capitaneadas por líderes e não por bonecos pusilânimes!

    Se um dia estiveres, Fernando Krieger, parado num congestionamento na Serra do Cafezal, BR 116 ou Serra das Araras, e do meio do mato saírem às chusmas meliantes armados, saberás, então, porque nos Estados Unidas da América isso não acontece…

  3. Como de costume, podemos ver a falta de argumentação de muitos desarmamentistas hoje no nosso país. A ideia de Trump é excelente: arme e prepare professores, com treinamento especifico, ensine alunos a atuarem em momentos de ataques terroristas. Não é simples, exige um pouco de compromisso entre o setor privado e o público, mas nada impossível.

    O que não podemos aceitar é essa ladainha, que já roda a anos na boca de idiotas, que “armas matam”. Pessoas que concordam com essa afirmação, geralmente se consideram donos da verdade absoluta, ou melhor, acreditam estar em uma posição intelectual mais avançada que a nossa (o povão). Imaginam o cidadão brasileiro como um animal feroz, burro, idiota e que não consegue distinguir o certo do errado. Sendo assim, o meio mais provável para o fim dos conflitos, – ou, para dominar essa especie – no nosso Brasil, seria a restrição de armas e mais educação. Acredito que essa proposta seria, como dizia o jornalista Henry Louis Mencken, o problema complexo com uma solução simples, elegante e completamente errada.

    Desde 2003, quando o estatuto do desarmamento foi promulgado, houve um aumento considerável de morte com armas de fogo no Brasil; Ocorreu um crescimento em 16 estados do país, sendo que aqueles que tiveram baixa, já estavam, antes mesmo de 2003, com tendência de queda nos números de mortes por armas de fogo. O que dizer dessa pesquisa?

    Muito provavelmente, defensores do desarmamento acusarão a falta de investimento na educação que, por ironia, esteve por 13 anos nas mãos dos mesmos desarmamentistas fãs do Tio Lele (alusão a Lenin). O indivíduo, independente de quem seja, deve tomar as rédeas da própria vida – i.e, querido Fernando, ter responsabilidade por suas atitudes -, somente dessa maneira tomaremos um rumo, e assim, o porte de armas não será um problema desde que cada um seja punido severamente por suas infrações.

    Um cidadão, o pagador de impostos, tem o direito de defender a integridade de sua família e da sua propriedade privada; não é justo alguém conquistar algo com muito suor, mas perder sem direito de se defender. Acredito que o brasileiro tem muito a oferecer, e diferente de você, também acho que todos podem ter absoluto controle sobre suas próprias atitudes – mesmo não sendo um defensor ferrenho do racionalismo.

  4. Alcino Carrancho, Esperando Que TODOS os Políticos Sejam Trocados Nestas Próximas Eleições disse:

    Olá, Alexandre Gonçalves!

    Já te perguntei como poderei fazer comentário com mais de 15 linhas, a exemplo do missivista “Sobrinho do Tio Sam” a quem dou os parabéns pelo excelente texto. Disseste que não entendeste a minha pergunta. Por favor, responde pelo meu e-mail: [email protected]

  5. Liberem-se as armas e punam-se os que fizerem uso indevido. Se o meliante souber que dentro de uma loja, residência ou carro pode ter alguém armado, certamente pensará, duas, três vezes ou mais antes de cometer o delito. E se ainda assim decidir cometer, que coma chumbo. E não vamos naquela balela de que se o cidadão brasileiro tiver arma vai aumentar a criminalidade, pois quem de fato quer uma arma por aqui, consegue, nem que seja fria.

  6. Não imaginava um texto diferente sobre esse assunto do grande estudante de Filosofia.

    Os desarmamentistas ignoram os números da violência no Brasil após o estatuto de 2003, ignoram que o País hoje está tomado pela violência e o Brasileiro não tem como se defender na sua própria casa, ignoram que o estatuto de 2003 foi um verdadeiro fracasso, onde os bandidos ficaram cada vez mais armados e a população de bem acuada, desarmada e sofrendo com a violência.

    Citam os ataques à escolas nos Estados Unidos, e ignoram que aqui onde toda semana diversas escolas são fechadas por causa de tiroteios, crianças são vítimas de balas perdidas, homicídios, latrocínios e os mais diversos crimes crescendo constantemente, a violência existe. Afinal para eles, os ataques nos EUA acontecem SOMENTE porque as pessoas tem acesso às armas.

    E aqui? É porque o bandido não teve oportunidade e a culpa é do Estado Capitalista.

    Estado esse que foi governado 13 anos por eles mesmo.

  7. Até mesmo Jesus nos aconselhou a andarmos armados! (obviamente para defesa).
    “quem não tem espada venda a sua capa e compre uma” Lc 22:36.

  8. 38 não né querido, se atualiza, isso é arma de moleque. O povo quer arma de verdade, tipo aquelas que os bandidos usam para aterrorizar as pessoas dentro das suas casas.

  9. Quem quer andar armado anda….e não com 38…anda 9mm fuzil e granada…Quem respeita as leis é que não pode andar nem com 38…o fato é que até 2003 a compra e porte de armas era facilitado…e vivíamos num faroeste?…Não…claro que não!…Não podemos abrir mão desse direito…mesmo quem não pretende ter uma arma hj…amanhã pode mudar de idéia.

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