As escolhas de Temer e da população

Brasília - Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes e o presidente interino Michel Temer na sanção da lei que disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção individual e coletivo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente Michel Temer (PMDB) indicou o polêmico ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para a vaga no Supremo Tribunal Federal, no lugar do falecido Teori Zavascki. O futuro magistrado é filiado ao PSDB e tem forte envolvimento partidário. É uma indicação política, para a mais alta instância jurídica do país.

Foto: (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Durante os últimos dois anos foram grandes as críticas ao fato dos ministros serem nomeados pelos Governos do PT.  Mas até onde eu saiba, nenhum indicado tinha filiação partidária.

Na semana passada, o presidente Temer criou um ministério para Moreira Franco, citado quase 50 vezes na delação premiada da Odebrecht, onde tinha o codinome Angorá.  A nomeação aconteceu dias após um encontro de Temer, Moreira Franco e o ministro do STF, Gilmar Mendes.

Ano passado, o projeto de Lula virar ministro do então governo Dilma Roussef (PT) foi abortado com um vazamento cirúrgico de uma conversa entre os dois. Lula não poderia ganhar foro privilegiado. Mas Moreira Franco ganhou.

Transparência foi a palavra de ordem quando as denúncias envolveram representantes do governo Dilma e pessoas ligadas ao PT, em especial nos últimos dois anos. Os pormenores de conversas e delações eram vazados seletivamente e reproduzidos a exaustão pela imprensa.

Agora a delação de 77 executivos da Odebrecht é mantida em segredo de Justiça, sob a alegação de “não atrapalhar as investigações”, fato aplaudido por muita gente.  O antigo relator, o falecido Teori Zavascki, sinalizava que daria publicidade aos depoimentos, que envolvem políticos de todos os partidos, em especial a cúpula do PMDB e lideranças do PSDB.

São só três exemplos, emblemáticos, de dois pesos e duas medidas. Agora não existem mais panelas, passeatas, protestos.

Está tudo bem no novo Brasil.

3 Comentário

  1. Não está tudo bem não! Chegará uma hora, hora do basta, onde quebra quebra geral vai acontecer.

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*