As expectativas sobre o deputado Egídio Ferrari

Foto: ALESC

Dos quatro deputados estaduais eleitos pelo Médio Vale do Itajaí – e também entre os três federais – , o delegado Egídio Ferrari (PTB) é a única novidade.

Ficando apenas na Assembleia Legislativa, Napoleão Bernardes (PSD) foi prefeito de Blumenau, vereador e candidato a vice governador; Marcos da Rosa (UB) foi três vezes vereador de Blumenau e presidente da Câmara, chegando a ser prefeito interino: e Ivan Naatz, deputado reeleito, também já passou pelo legislativo blumenauense.

Em tese – sempre em tese! -, já sabemos o que esperar da atuação dos três, mesmos os dois que estreiam na Assembleia junto com o Egídio. Só o delegado é a novidade.

Conheço o delegado Egídio Ferrari há algum tempo, por conta de nossas atividades profissionais e sempre se mostrou com uma postura diferente de outras lideranças da polícia civil, mais acessível e aberto.

Tive a oportunidade de ser o mestre de cerimônia de sua posse como delegado regional, atendendo a um chamado da presidente da OAB Blumenau da época, Maria Teresinha Erbs. Ele assumiu um cargo político, sem ser político então, para substituir o então delegado regional Rodrigo Marchetti (PSD), que apareceu fazendo campanha em Blumenau para o PSD, de Gelson Merisio, que tinha Mauro Mariani (MDB) como adversário e Pinho Moreira (MDB) como governador.

Egídio foi para a missão, sem ter partido. Ficou pouco tempo, um ano, mas orgulha-se de ter destravado algumas pendências e encaminhado ao seu sucessor, Isomar  Amorim.

Na época, Egídio falou para o Informe.  “Meu perfil é operacional, gosto de estar nas ruas, com as equipes”, disse na época, quando reassumiu a DIC, a Divisão de Investigação Criminal.

Naquelas coisas que acontecem, Rodrigo Marchetti voltou ao cargo de delegado regional, no Governo de Carlos Moisés (Republicanos). E Egídio Ferrari foi removido a fazer plantão em Brusque.

E Egídio tomou gosto pela política, construindo uma candidatura que tinha vários espaços abertos para ele embarcar.  Optou por um caminho arriscado, o PTB, fez pouco mais de 34 mil votos, e quase não conseguiu legenda para eleger-se. Mas elegeu-se.

Não deve ficar muito tempo no PTB, que já anuncia implosão, com a possibilidade do ex-deputado Kennedy Nunes, candidato ao Senado no último pleito, desfiliar-se. Pelo perfil, tem espaço em quase todas as siglas, menos nas do campo de esquerda.

Tem um trabalho reconhecido na polícia, mas ganhou mais visibilidade na mídia e redes sociais- relativamente recente – por sua atuação na causa animal. Se apresentou como o candidato deste segmento, além, claro, da segurança pública.

O agora deputado Egídio não tem base política, não está relacionado com políticos de Blumenau e nem de outras regiões. Começa o mandato como um outsider, Mas está formando um gabinete com nomes que conhecem bastante da política de Blumenau e estadual, como o advogado Denio Scotini e Neusa Pasta Felizetti, pessoas com experiência, conhecimento e principalmente relacionamento nos bastidores da política.

Na sua estreia no Legislativo, apareceu na composição da Mesa Diretora. Mesmo sendo o único eleito no PTB, conseguiu uma aproximação com o bloco que reúne o PSD e o União, Napoleão e Marcos da Rosa. Marcos da Rosa virou terceiro secretário e Egídio quarto secretário.

Mas na sua primeira sessão após a posse, no dia 2, coube a ele uma tarefa que não lhe cabia. Sem a presença do primeiro, segundo e terceiro secretário, teve que ler as atas das sessões passada. Uma espécie de batismo.

Sem experiência anterior, Egídio Ferrari começa a trilhar seu caminho como político.

 

 

 

 

 

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