Vou começar pelo final da fala do candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o último a falar no seu primeiro ato de campanha em SC e o grande ato da Frente Democrática neste domingo, em Florianópolis.
Lula fez referência a um “certo senador” – Jorginho Mello (PL), que fez um vídeo desaconselhando o presidenciável a fazer campanha em Santa Catarina, pois poderia ser hostilizado e teria pouco público. Lula sugeriu que Dário Berger (PSB), candidato ao Senado, e Randolfe Rodrigues, da Rede e um dos coordenadores da campanha nacional mostrassem ao colega Jorginho as imagens do ato realizado na capital.
A manifestação deste domingo parece ter surpreendido a todos, pela quantidade de pessoas e pela civilidade de quem estava e de quem, mesmo não concordando com a candidatura, foi fazer outras coisas, pois tem mais do que fazer do que hostilizar adversário eleitoral.
Renderá boas imagens para os programas eleitorais e internet.
Um grande público esteve presente na Praça Tancredo Neves, em frente a Assembleia Legislativa, e é importante destacar que muita gente é sinal de força, mas não é totalidade, numa eleição. Vale para o PL e Bolsonaro e vale para o PT de Lula.
Mas o fato de muita gente estar presente deu um gás na militância – quem vai a comício já tem o voto decidido, salvo uma ou outra exceção – para buscar convencer indecisos e até simpatizantes de outros candidatos, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), no sonho de encerrar a disputa no primeiro turno. Esta foi a mensagem central do discurso da maioria.
O candidato ao Governo, Décio Lima, ex-prefeito de Blumenau, reclamou das ações do Governo Federal para SC para reforçar a mobilização na reta final: “Não temos um palmo de asfalto depois que deram o golpe e tiraram a presidenta Dilma. Não tem uma escola, não tem um instituto e, por isso, Santa Catarina vai dar a você aquilo que talvez ainda falte: aquele tal de 1% que falta na pesquisa. Você veio aqui para a primavera, mas você veio aqui para ganhar as eleições no primeiro turno com a força do povo catarinense”, afirmou.
Entre as lideranças nacionais presentes, além de Randolfe Rodrigues, Aloisio Mercadante, Manoela D’Ávilla (PCdoB) e a ex-presidente Dilma Roussef (PT), ovacionada em diversas vezes ao longo do ato. A candidata a vice, Bia Vargas (PSB), também foi ovacionada e parecia haver um constrangimento do público ao apoio de Dário Berger, candidato ao Senado da Frente.
Entre os políticos estaduais, o ex-governador Paulo Afonso, do MDB – que tem uma candidata a presidente e um candidato ao Governo – e o ex-presidente da Assembleia, Gélson Merísio (SD), foram vistos nos bastidores.
Lula fez um discurso para a militância, mas também para as pessoas que acompanhavam ao vivo pela Internet. Segurando uma bandeira do Brasil e outra do PT, repercutiu novamente os atos organizados pela candidatura de Jair Bolsonaro (PL) em sete de setembro.
“Essas pessoas precisam aprender algumas coisas e nosso papel é ensinar. Eu pedi as duas bandeiras [do Brasil e do PT] porque, normalmente, um fascista que não tem partido político, que nunca organizou um partido político, que não gosta do povo e que não respeita ninguém, ele diz o seguinte: meu partido é o Brasil”, disse.
“Essa bandeira [do Brasil] não é de um partido, é a de 215 milhões de brasileiros que amam esse país. Eles utilizam essa bandeira porque eles não têm o orgulho de dizer: esse é o meu partido. E o Partido dos Trabalhadores me dá muito orgulho de ter criado”, afirmou Lula.
Prometeu criar um ministério para mulheres e igualdade racial e recriar o Ministério da Pesca e da Cultura e acabar com o orçamento secreto e revogar o sigilo dos atos presidenciais.
Em seu discurso, o ex-presidente questionou onde estão as obras de Jair Bolsonaro em Santa Catarina, defendeu o legado no estado dos governos dele e de Dilma Rousseff.
“Nós temos que assumir a responsabilidade, mais uma vez, de devolver ao país a alegria, a esperança, a felicidade, o direito de sorrir, de comer três vezes ao dia, de sonhar com universidade. Nós não queremos tirar nada de ninguém. O que nós queremos é ter uma casa, criar nossos filhos em paz e harmonia, que eles possam estudar, tirar um diploma de doutor, porque não é privilégio dos ricos, é direito de todos”, declarou.
Temas como combate a fome e a pobreza, geração de empregos, investimento em educação e defesa da democracia foram priorizados no discurso do presidenciável.
Tem muitas outras análises a serem feitas sobre este ato, é provável que eu faça algumas mais. Mas foi sem dúvida o grande ato público da campanha em Santa Catarina.
Isso quer dizer que o PT vai se dar bem nas eleições aqui no estado? Longe disso. O presidente Bolsonaro é franco favorito a ser o preferido dos catarinenses em 2 de Outubro e as chances de Décio ir para um segundo turno são pequenas.
Mas o PT e os partidos do campo de esquerda em Santa Catarina ganharam uma musculatura importante no comício deste domingo. Como retrata a foto abaixo do Ricardo Stuckert.
Roubaram o suficiente para pagar a maioria deste povo que estava no comício …cachê e pão com mortadela fazem estas pessoas andarem quilometros. Não me admira termos um ex presidiario concorrendo a presidencia da república, já que o STF e o STE é cpmposto por pessoas desqualificadas e indicadas , o que me admira é ver saber que um ex presidiário tem fã e estes fãs também foram usurpados por eles .
Como brasileiros, deveriamos ter VERGONHA, em ter um candidato que foi preso, julgado e culpado, em todas instancias. Onde os processos foram anulados, e não absolvidos, por causa de um CEP.