Alguns dias antes da campanha eleitoral, logo depois que teve o nome confirmado para ser candidata a vice-governadora pelo PSB na chapa da Frente Democrática, que tem Décio Lima (PT) como candidato ao Governo, vazou um áudio de Bia Vargas denunciando um suposto racismo praticado pelo presidente do partido, Cláudio Vignatti.
Agora, faltando dez dias para a votação no segundo turno, Bia Vargas volta a tocar no assunto, com um agravante. Diz que não recebeu recursos do Fundo Eleitoral do PSB para concorrer a vice e atribui a postura do presidente, ex-deputado federal, reforçando a acusação de racismo.
Foi para o Informe Blumenau Entrevista, na rodada que estamos fazendo com os candidatos ao Governo e a vice. A entrevista dela será mostrada na segunda-feira que vem e não aprofundamos este assunto pois o tempo estava no limite, mas ela falou durante a gravação e exploramos o assunto logo depois da câmera desligada.
Ela lembra que a vaga de vice não era do PSB, que já tinha Dário Berger candidato ao Senado. Mas ela se encaixou por conta do seu perfil. Mulher, negra, mãe, microempreendedora.
De qualquer forma, Bia destaca que seu nome estava colocado – ela pretendia ser candidata a deputada -, assim como de Rodrigo Bornholdt, de Joinville, e a vereadora de Chapecó Marcilei Vignatti, esposa do presidente da sigla, mas que a direção estadual do PSB tentou deixá-la de fora da escolha interna. Mas Décio Lima bateu o pé e exigiu que Bia fosse sua vice.
Porém, segundo Bia, o PSB não se engajou em torno do seu nome, não liberou fundo eleitoral que teria direito para a campanha e que, depois do resultado do primeiro turno, ouve uma reunião da direção estadual para alinhar as estratégias e ela não foi chamada.
Conversei com o presidente estadual Cláudio Vignatti, que concorreu a deputado federal nesta eleição. Ele disse que não quer se manifestar neste momento da campanha eleitoral, faltando poucos dias para a votação do segundo turno. Lembra sua trajetória de vida e de política para dizer não combina com atitudes racistas e que, no momento oportuno, depois da eleição, o partido vai se manifestar e tomas as medidas cabíveis.
Bia Vargas é nova, 35 anos, bem articulada e tem um futuro político promissor. Já foi candidata a vice-prefeita de Içara, no Sul do Estado. Está há sete anos no PSB e pelo andar da carruagem não deve ficar. A não ser que Vignatti e os atuais dirigentes do partido deixem a sigla.
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