Ana Paula Lima
Deputada estadual (PT)
Os clássicos gregos afirmavam que o caminho da felicidade vai ao encontro do belo, do verdadeiro, do bom e do útil, nessa ordem. Atualmente a humanidade parece valorizar as mesmas coisas, porém em ordem absolutamente diferente, agora se vive sob o império do útil, depois vem o belo e finalmente o bom. E o verdadeiro? Bem, a verdade parece transcender à condição humana.
Assim, a noção de beleza sofreu alterações profundas. Desde o apreço aos corpos reduzidos à magreza quase esquelética de alguns ou turbinada por esteróides de outros, até a estética utilitária dos prédios e edificações atuais.
Assim é Blumenau, cidade que se moderniza, se atualiza, exatamente como aconteceu com a Rua XV, revitalizada há algum tempo, em bons tempos, além de lugar de comércio e negócios, é também um ponto de encontro a céu aberto e de eventos de toda ordem.
Assim é Blumenau, edifícios agigantados, de vidro e concreto, disputando espaço com a arquitetura clássica. Tudo sem perder o charme original. Aqui o útil convive com o belo.
E como é ser blumenauense? Nossa gente se caracteriza por seu espírito empreendedor e uma incrível vocação para o pioneirismo, contudo ainda mais marcante é a sua capacidade de superação, reiteradas vezes testada diante de desafios decorrentes de desastres naturais.
Possivelmente o símbolo maior dessa resiliência é a Ocktoberfest, festa criada em 1984 com o objetivo de recuperar a cidade que fora duramente atingida por cheia do Rio Itajaí. Naquele ano 40 % da população da região ficou desabrigada, mas não perderam o ânimo.
O estilo da festa na ótica cultural tem a ver com as tradições da Alemanha, contudo sempre é reservado um espaço para manifestações de diferentes etnias. A festa aliás fez com Blumenau se tornasse a Capital nacional da cerveja.
Talvez por tudo isso Blumenau é quase uma armadilha. Quem aqui é acolhido, uma vez superadas as idiossincrasias, não quer mais sair. Ser blumenauense nato ou adotado é quase uma religião, cercado de fé, de crença em que tudo sempre dará certo e que o futuro está aqui.
É perceptível até mesmo nas autoridades civis, eclesiásticas ou militares, nomeadas alhures ou ungidas aqui. Por atos oficiais ou pelo voto. Quantos forasteiros aqui foram comandantes, párocos e vigários, vereadores, prefeitos. E ficaram, fixaram residência e família. Podem até ter flanado algures pelos caminhos da vida, mas em Blumenau está o seu destino. Voltam sem nunca ter ido e ficam, porque Blumenau vale a pena.
Assim é Blumenau, cheia de vitalidade aos 167 anos!
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