A Blumenau dos superlativos

Percebemos duas cidades nas propagandas eleitorais dos candidatos a prefeito de Blumenau. Uma muito ruim, uma muito boa.

Nesta noite de sexta-feira, Jean Kuhlmann ( PSD) abriu o bloco noturno. Ele tem o desafio de apontar os problemas, sem ferir a estima do eleitor blumenauense.

Começou com uma história estranha, de uma rua que foi pavimentada há pelo menos 10 anos, em tese, graças a atuação de Kuhlmann, então vereador em começo de carreira.

Ao falar que “política serve para melhorar a vida das pessoas”, o candidato destaca “as filas de espera na saúde, as cinco mil crianças fora da creche, o caos no trânsito, no transporte coletivo e as graves denuncias de corrupção envolvendo a Piracicabana”, “ao contrário do que o atual prefeito fala”.

Para amenizar, teve um texto de apelo emocional, valorizando a cidade e, claro, o candidato.

Em um piscar de olhos, as dificuldades apontadas por Kuhlmann se dissipam no programa eleitoral de Napoleão Bernardes (PSDB).

O candidato à reeleição promete construir sete creches, abrir 1.500 novas vagas. Falou isso três vezes em cinco minutos. Imagino que sejam as mesmas já aprovadas pelo Governo Federal, cujos recursos não chegaram para a cidade no atual mandato.

E lembrando os recursos que não chegam, o programa mostrou a queda dos recursos federais para educação na cidade. Diz que temos a melhor educação do Brasil, graças a gestão eficiente.

O candidato a vice Mário Hildebrandt (PSB) mais uma vez apareceu, ao contrário do vice na chapa adversária, Alexandre José (PRB), meio sumido.

Não existe esta Blumenau mostrada por estes candidatos.

Parece novela da Globo, onde os maus são muito maus e os mocinhos muito mocinhos.

E para finalizar, ainda falado de superlativos. As inserções da propaganda na programação das emissoras é um porre, um exagero. São 70 minutos diários. Acabam se repetindo e afastam o eleitor.

Outro ponto da mini reforma eleitoral para ser revisto.