O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em entrevista conjunta com o ministro da Economia, Paulo Guedes, neste domingo, 24, sinalizou que haverá um novo reajuste no preço dos combustíveis na próxima semana, mas que ele não tem intenção de interferir na tabela de preços.
“Provavelmente teremos um novo reajuste nos combustíveis, e não é preciso ter bola de cristal para isso – é só ver o preço do barril e o comportamento do dólar”, disse Bolsonaro.
Ao comentar sobre a situação do aumento do combustível e sobre a Petrobras, Bolsonaro afirmou que “não vai interferir no preço de nada” e que há conversas sobre “o que fazer com ela [Petrobras] no futuro”, citando o monopólio da exploração do petróleo por parte da empresa.
Questionado sobre intenções de privatização da empresa, o presidente afirmou que o processo “não é só botar na prateleira” e criticou a “burocracia” envolvendo a aprovação da privatização completa de estatais, afirmando que teria “privatizado muito mais” se não fosse necessária a aprovação da Câmara dos Deputados.
Além disso, Bolsonaro voltou a criticar o cálculo do ICMS e o “beneficiamento” dos estados com o aumento do combustível. “A forma de calcular o ICMS é injusta. O ganho de governadores, toda vez que há reajuste no combustível, é muito grande”, afirmou.
Reforma administrativa
O presidente também afirmou que a intenção do governo é aprovar uma reforma administrativa que não impactará os custos com os atuais servidores. “Deixo bem claro: a reforma administrativa não mexe com os atuais servidores”.
Tanto Bolsonaro quanto Guedes afirmaram que as reformas são centrais na estratégia do governo no momento e pediram a colaboração da Câmara e do Senado neste assunto. O presidente também elogiou a Câmara pela aprovação do texto da PEC dos Precatórios.
“Precisamos de paz, tranquilidade e muito trabalho”, disse Bolsonaro. “Nós faremos de tudo para não perder a confiança do mercado, do investidor e do cidadão”, afirmou.
Paulo Guedes chegou a citar que a reforma administrativa pagaria, com uma economia de R$ 300 bilhões prevista no acumulado da próxima década, parte da conta de R$ 30 bilhões que o governo precisou articular para pagar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400 até o fim de 2022.
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