Motoristas de aplicativo devem parar nesta quarta-feira (8) em protesto contra os serviços, em especial a Uber. Os trabalhadores se organizaram em grupos que vão protestar por melhores condições de trabalho com apps desligados no momento em que a Uber deve fazer sua entrada na Bolsa de Valores, chamada de IPO. Embora haja engajamento internacional, aqui no Brasil lideranças do serviço confirmaram ao site CanalTech a recomendação de aderir ao movimento em todo país, desligando inclusive apps concorrentes da Uber.
Reivindicações
As reclamações são relacionadas a mudanças no modo de pagamento dos serviços de transporte, como Uber e 99. Os motoristas explicam que antes havia cobrança de taxa para o trabalhador diferente do que é hoje.
Anterior à mudança, a Uber repassava ao motorista uma porcentagem relativa ao pagamento do usuário. Agora, o cálculo é feito sobre a distância percorrida e o tempo que o passageiro fica no carro, não mais relativo ao total cobrado do usuário.
Movimento mundial
Segundo jornais internacionais, os motoristas prometem não oferecer os serviços de Uber e Lyft nos chamados horários de pico do. A expectativa é de que a Uber anuncie a sua oferta pública na Bolsa nesta quinta (9).
As principais reclamações, de acordo com a organização de motoristas New York Taxi Workers Alliance, é sobre aumento no número de pessoas retiradas do app. Eles ainda pedem o fim de preços iniciais para corridas e um teto para a parcela que a Uber pode cobrar do trabalhador por corrida.
O que diz a empresa
A Uber reconhece os problemas e sabe que os motoristas não estão satisfeitos com o serviço. Quando entrou com o pedido de oferta pública, a empresa já havia indicado a questão, uma vez que tem diminuído investimentos em incentivos para os trabalhadores. “Além disso, nós estamos investindo em uma estratégia de carros autônomos, o que pode deixar motoristas mais insatisfeitos com o tempo, na medida em que haja redução da demanda de motoristas”, apontou a companhia no documento.
A IPO da Uber
A IPO da Uber é aguardada como uma das maiores do setor de tecnologia dos últimos tempos. A companhia colocou para uma fatia entre US$ 44 e US$ 50 o preço das ações que serão vendidas na Bolsa de Valores. No total, serão 180 milhões de papéis em oferta, somando US$ 9 bilhões em potenciais investimentos.
A expectativa de analistas é de que a Uber passe a ser avaliada na casa dos US$ 84 bilhões. Apesar de o número ser bastante alto, ainda é muito abaixo das expectativas iniciais. Por exemplo, analistas da Reuters acreditavam em um valor de marca de até US$ 120 bilhões, muito acima da situação atual.
Já a Lyft abriu seu capital em março, sendo que suas ações seguem em decadência desde então.
Fonte: The Verge e CanalTech
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