Clínicas de hemodiálise tem prejuízos com a pandemia e encontram dificuldades para manter o atendimento

O dia a dia já não era fácil para as clínicas que realizam tratamento de diálise, que convivem com os valores defasados da tabela SUS e a falta de recursos . Mas, com a pandemia piorou e deve piorar mais ainda.

Nesta segunda-feira, 15, foi destaque nacional a informação do corte de recursos feito pelo Ministério da Saúde para hospitais, por não estarem realizando cirurgias eletivas neste período. Os valores eram repassados a partir de uma média e como estes procedimentos foram reduzidos,  houve o entendimento de redução de despesas, focando os repasses para o combate a Covid-19.

O problema é que o atendimento nas clínicas de diálise aumentou e as despesas fugiram do controle, por algumas circunstâncias.

Conversei com o Tarciso Sttefen, que é superintendente da Renal Vida, que está entre as duas maiores instituições que realizam hemodiálise em SC. São cinco unidades no Vale do Itajaí, com 900 pacientes, sendo que 85% destes são pelo Sistema único de Saúde.

Ele detalhou alguns problemas, destacando que, ao contrário dos hospitais, o atendimento não parou nas clínicas, pelo contrário, aumentou. E para piorar, grande parte dos insumos, quase todos importados, teve um reajuste muito grande, por conta da instabilidade do mercado internacional de saúde, com a procura superando a oferta e fazendo os custos subirem.

Outra situação diz respeito aos funcionários. Alguns tiveram que ser afastados preventivamente por conta do vírus e as horas extras acabaram sendo maiores do que o previsto por conta da substituição.

Tarciso estima, apenas para a Renal Vida, um déficit extra de R$ 300 mil por mês por conta da pandemia.

Nesta quarta-feira, 17, ele e outros dirigentes destas clínicas estarão na capital para um encontro com representantes da secretaria de Estado da Saúde, para uma segunda reunião. Vão pedir o repasse de R$ 1,8 milhão para cobrir as despesas recentes.

Tarciso afirmou ainda que as Prefeituras tem tentado ajudar – a de Blumenau teria feito um aporte extra de R$ 70 mil – mas é insuficiente.

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