Não consegui acompanhar a audiência pública sobre inovação, realizada nesta segunda-feira, 27. Mas já havia escrito sobre a importância do tema, principalmente em Blumenau que tem uma cultura própria neste setor.
Reproduzo o texto enviado pela assessoria do Legislativo, pois ele é descritivo, com um resumo das falas dos muitos participantes.
Audiência Pública debate os avanços e as demandas da inovação no Município
A Câmara de Vereadores realizou na noite dessa terça-feira (27), uma audiência pública para discutir questões relacionadas à inovação no município. O encontro com a comunidade atendeu ao Requerimento Nº 1.484, do vereador Bruno Cunha (PSB), subscrito pelo vereador Sylvio Zimmermann (PSDB) e aprovado pelos demais parlamentares.
A audiência, presidida pelo primeiro secretário da Casa, vereador Zeca Bombeiro (SD), contou ainda com a presença do vereador Ricardo Alba (sem partido), além do vereador proponente. Representantes das entidades empresariais da cidade – Associação Empresarial de Blumenau (Acib) e Associação das Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Empreendedores Individuais de Blumenau (Ampe) – bem como de organizações privadas, dos setores econômicos e de inovação das universidades e da prefeitura também participaram do debate. O projeto de lei sobre o tema e o centro de inovação foram os assuntos mais destacados pelos oradores.
Bruno Cunha informou que recentemente Blumenau foi indicada numa pesquisa do setor como a quarta melhor cidade do Brasil para a inovação, mas que é preciso pensar em inovar nos mais diversos aspectos. “Inovação está atrelada ao comportamento, e inovar é ter uma atitude diferenciada no momento em que exige uma atitude diferenciada”, afirmou, ressaltando que é diante das dificuldades que se abrem oportunidades e desafios exigindo superação e soluções.
Disse que inovar não é ter projetos impostos de cima para baixo, mas que depende do diálogo com a sociedade, como a proposta da audiência pública. Reafirmou que a cidade tem que discutir inovação no desenvolvimento econômico, na política ambiental e em muitos outros assuntos relacionados aos diferentes segmentos e áreas, como turismo, agricultura, mobilidade e comunicação. “Blumenau é vanguarda e inovou em muitos aspectos, como na indústria têxtil e na comunicação. Então por que no século 21 não fazer esse movimento de novo?”, questionou. Mencionou a lei de inovação, cujo projeto de lei está sendo finalizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, ressaltando a importância do diálogo no processo. “Não é uma lei que vai resolver todos os problemas, mas as coisas acontecem em conjunto e quando toda a atmosfera da inovação resolve se unir, sabe-se que há todo um processo a ser criado”, observou.
O diretor de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo (Sedec), Tiago Alexandre Bottos, considerou a importância da audiência pública como um evento que constrói pontes de relacionamentos. Falou sobre o trabalho desenvolvido pela diretoria, apresentando as principais ações que estão sendo realizadas desde o início do ano. Destacou que o trabalho é firmado na articulação do tripé poder público, setor provado e universidades. “Temos que buscar clareza do papel que cabe a cada um desses públicos estratégicos”, disse. Também destacou a importância do Centro de Inovação Tecnológica, assinalando que ele é o norteador de todo o trabalho, o carro-chefe necessário para desenvolver um sistema forte para Blumenau e para a região. “Temos que pensar em inovação como um todo, não só em Blumenau, mas integrados com os demais centros tecnológicos do Estado, para desenvolver o mercado em Santa Catarina em toda a região”, reforçou.
Sobre a lei de inovação, explicou que a elaboração do projeto de lei contou com a colaboração de toda a sociedade representativa da área empresarial, econômica e de inovação da cidade, sendo resultado de muita pesquisa e estudo. Disse que a proposta já foi revista pela Procuradoria Geral do Município no que se refere a vícios inconstitucionais e que até 30 de novembro será enviada ao prefeito Napoleão Bernardes (PSDB). Explicou que o encaminhamento ao Legislativo dependerá da agenda da Câmara.
O diretor executivo da Acib, Charles Schwanke, relatou que Blumenau, hoje, ocupa o 11º lugar na lista das cidades brasileiras com melhores condições para empreender e que ganhou duas posições em relação ao ano passado. Lembrou que em 2015 foi considerada a 20ª melhor cidade para o empreendedorismo. Assinalou que é possível que em 2018 Blumenau possa estar entre as 10 do ranking. “O esforço é de muitas entidades que fazem a diferença, que dão força e robustez à inovação”, afirmou, destacando as diversas instituições parcerias do ecossistema municipal de inovação e também ressaltou a importância no processo dos “coletivos informais”, especialmente por fomentarem iniciativas que estimulam a participação dos jovens e estudantes de graduação. Falou da legislação de inovação. “Espero que a lei nasça com a cara da nossa gente”, disse. Sobre os centros de inovação, também defendeu a integração de todos. “Mais do que espaços físicos, eles são fundamentais para reunir a comunidade de inovação e empreendedorismo, porque é quem vai mover a cidade nessa direção e é muito importante a integração entre todos os centros”, salientou.
Comentou também da importância de fortalecer na cidade a cultura da tecnologia e da inovação. “Já temos a base, mas precisamos desenvolver ainda mais, porque é fundamental para o setor”. Por fim, falou o quanto é essencial que Blumenau, além, de investir nos talentos locais, também atraia especialistas e capacitados de fora, assim como precisa buscar investidores de capital para melhor se desenvolver e prosperar.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo, Moris Kohl, também reforçou a notícia de que Blumenau vem galgando posições no ranking de cidades empreendedoras. Apontou que a meta é chegar a esta posição como secretaria, destacando que isso depende do trabalho em conjunto com a inciativa privada, com a Câmara, com as entidades e com as instituições da cidade, promovendo um ecossistema agradável e lucrativo a todos. “A meta da secretaria não é só criar a lei da inovação, mas também é criar parques tecnológicos e desenvolver o distrito da inovação. As ações e reflexões da pasta estão direcionadas sempre para três aspectos, o atendimento, as estratégias e os projetos”, apontou, enaltecendo o trabalho do prefeito Napoleão Bernardes, que dá liberdade para o desenvolvimento e para a busca de alternativas e inovação na gestão pública. Por fim, falou sobre a expansão da Praça do Empreendedor e destacou a importância da interação entre os poderes Legislativo e Executivo municipal para o avanço da cidade.
O consultor do Blusoft e coordenador-geral do programa Entra21, Sérgio Tomio, lembrou da recente notícia de que Blumenau vem galgando posições no ranking de cidades empreendedoras. Apontou que o município está à frente nesta questão, citando o Instituto Gene que iniciou em 1992. “ Atualmente, o Gene está forte e tem um papel muito importante em todo este contexto, inclusive trabalhando para que o Centro de Inovação de Blumenau não aconteça somente fisicamente, mas também que seja o local onde as pessoas que necessitarem de inovação possam ir. Quando o empreendedor está começando tem muitas dúvidas, então é fundamental que o instituto e, futuramente, o Centro, deem condições para que ele encontre o caminho certo, o local certo e quem pode apontar este caminho”.
Ele ressaltou como o setor de tecnologia da inovação vem crescendo em Blumenau. Apontou que a tecnologia é a que mais arrecada com Imposto Sobre Serviço (ISS) na cidade. Por fim, ressaltou o trabalho do programa Entra21, que este ano formou e disponibilizou no mercado de trabalho mais de 330 profissionais. “Nós estamos começando a investir, juntamente com o Gene, para que se crie esta veia empreendedora e de inovação, não necessariamente para que sejam criadas novas empresas, mas adotando essas características nos seus ambientes de trabalho”, ressaltou, destacando a importância do Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico e a lei de inovação que vai dar segurança jurídica para a criação de novas empresas e tornando as existentes mais inovadoras.
O professor do Centro Tecnológico do Curso de Arquitetura da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Christian Krambeck, enumerou alguns pontos para contribuir com o debate. Apontou que Blumenau precisa questionar algumas burocracias, regras rígidas demais e algumas formas de pensar que ainda são lentas na questão da tecnologia e da inovação, no que chamou de novo modelo mental do século 21. “A audiência se destaca por isto. A intenção de todos os atores em descobrir este novo modelo, de deixar de lado o caminho conservador, pois, senão, vai se levar muito tempo para aproveitar a oportunidade que temos. Nós podemos construir juntos este novo modelo mental e isso inclui uma mobilização da sociedade, inclui pensar de maneira inovadora na hora de tomar as atitudes e ter o pensamento em rede. Além disso, é fundamental pensarmos a inovação também fora do ambiente corporativo, ou seja, de que maneira vamos levar esta inovação para construir a cidade, para o dia a dia das pessoas e mais do que isso, torná-la inclusiva”, ponderou, acrescentando que a universidade está aberta para discutir e formar parcerias com os vários setores da sociedade, do poder público e com outras universidades. Por fim, parabenizou os vereadores pela inciativa.
O coordenador do núcleo de Inovação da Acib, José Dejanir de Castro Junior, destacou que o mundo está vivendo um momento especial com a convergência das tecnologias. “O grande foco é pensar qual a extensão do potencial que nós podemos realizar na cidade e que, para que isso aconteça, todos nós devemos nos unir em um propósito único, para que tenhamos um norte em comum e para que Blumenau consiga retomar o protagonismo que já teve na tecnologia. A cidade tem todas as ferramentas necessárias para isso, só precisa alinhar de maneira efetiva e completa para darmos um salto na qualidade de vida da cidade, desenvolver seus potenciais e fazer a diferença”.
Em suas considerações finais, o vereador proponente da audiência voltou a falar do projeto de lei como um instrumento importante para o desenvolvimento da inovação, porém ressaltou que os resultados propositivos aparecem com o diálogo. “Que possamos discutir inovação com todos os demais setores e tentar diminuir os obstáculos sociais que hoje enfrentamos”, disse Bruno Cunha. Reafirmou que a tecnologia transforma a vida das pessoas e que ao poder público cabe fomentar as iniciativas. “Que em breve Blumenau esteja entre as dez melhores cidades para empreender”, desejou.
O debate será reprisado pela TV Legislativa no próximo sábado (2), às 21 horas, nos canais 14 da Net e 19 da BTV. Também estará disponível aqui no site da Câmara.ara de Vereadores realizou na noite dessa segunda-feira (27), uma audiência pública
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