Nesta quarta-feira, 10, a conta bancária do Pros teve quatro Transferências Eletrônicas de Valores (TEV) superiores a R$ 200 mil realizadas. A movimentação zerou a conta do partido, de acordo com os registros obtidos pela CNN. Não se sabe o destino das transferências realizadas.
O extrato revela que, antes das operações, a legenda tinha R$ 1.217.122,86 em caixa.
A primeira transferência foi no valor de R$ 217.122,86. Em seguida, houve movimentações de R$ 250 mil e R$ 270 mil. A última operação foi a mais valiosa: R$ 480 mil foram transferidos da conta do Pros. Com isso, o saldo foi zerado. Não há informação a respeito do status atual da conta.
Todas as operações ocorreram no mesmo dia.
Na mesma data, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que Eurípedes Gomes Júnior ficaria com o cargo de presidente do diretório nacional da legenda. Desde a última sexta-feira, 5, Eurípedes ocupava a posição graças a uma liminar provisória concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa de Eurípedes Júnior argumentou, em nota, que o valor foi transferido para a Fundação da Ordem Social, vinculada ao partido, em razão de atrasos nos repasses.
“Desde o dia que Marcus Vinicius Chaves de Holanda assumiu a presidência nacional do Pros, no dia 08.03.2022, nunca mais houve qualquer repasse financeiro para a Fundação da Ordem Social, acumulando um débito no valor de R$ 1.617.437,00 (um milhão, seiscentos e dezessete mil, e quatrocentos e trinta e sete reais). Esse débito inclusive está ajuizado na 4ª Vara Cível de Brasília, nos autos do processo n.º 0726424-97.2022.8.07.0001”, afirmou a defesa de Júnior.
“Os valores que se encontravam na conta bancária do Pros foram integralmente transferidos para a Fundação da Ordem Social, tal como manda a lei e a fim de extinguir a referida ação de cobrança”, acrescentou.
Seu antecessor no cargo, Marcus Holanda, não fez declarações sobre o assunto.
O advogado de Holanda, Andreive Ribeiro, por sua vez, afirma que a ala do dirigente questionará a decisão favorável a Eurípedes no Supremo Tribunal Federal. “Não pode prevalecer uma decisão que desmonta um partido no meio de uma eleição”, argumenta.
Pablo Marçal, que em 31 de julho foi oficializado candidato à Presidência pelo Pros, foi procurado e ainda não se manifestou.
Impasse partidário
O Pros vive um imbróglio jurídico às vésperas da eleição. No dia em que a sigla confirmou a candidatura de Pablo Marçal, era presidida por Marcus Holanda, que a dirigia desde março, quando Eurípedes Júnior foi afastado do posto.
Após o anúncio, a Justiça devolveu o comando a Eurípedes e, no dia 3 de agosto – sob nova direção –, o partido retirou a candidatura própria em favor do apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na mesma data, em outra reviravolta jurídica, Holanda foi reconduzido à presidência do Pros.
A situação durou até 5 de agosto, último dia para realização das convenções partidárias e formalização das chapas. Com o retorno de Eurípedes, a situação de Marçal fica incerta.
Neste momento, a ala de Marcus Holanda defende a legitimidade da candidatura. Não há, porém, uma definição do que acontecerá com o presidenciável ou com a sigla até outubro.
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