A CPI da Covid decidiu nesta terça-feira, 4, remarcar para o próximo dia 19 o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
A convocação de Pazuello foi aprovada na semana passada. O depoimento, um dos mais aguardados pela CPI, estava marcado para esta quarta, 5, mas o ex-ministro disse ter tido contato recente com pessoas que contraíram a Covid-19.
Diante da situação, o ex-ministro da Saúde encaminhou ao comandante do Exército um ofício com duas sugestões: manutenção da data, com depoimento de forma virtual, ou adiamento.
Presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que aguardaria 14 dias para que o depoimento de Pazuello ocorresse de forma presencial.
Propôs, então, a data de 19 de maio para o depoimento do ex-ministro. A sugestão foi aprovada pelos demais integrantes da CPI.
Durante a sessão desta terça, a CPI ouviu o também ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que comandou o Ministério da Saúde entre janeiro de 2019 e abril de 2020. O depoimento de Nelson Teich, marcado para esta terça, pode ser adiado para esta quarta.
Depoimento de Pazuello
O depoimento de Eduardo Pazuello é um dos mais aguardados pelos integrantes da CPI. O general do Exército comandou o Ministério da Saúde entre maio de 2020 e março de 2021.
A gestão de Pazuello foi marcada por recordes sucessivos no número de mortes por Covid. O ex-ministro também deverá abordar temas como atrasos na aquisição de vacinas; indicação de remédios comprovadamente ineficazes contra a Covid; e o colapso na saúde de Manaus (AM).
Segundo o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, uma orientação dada pelo ministério durante a gestão de Pazuello provocou a falta de vacinas para aplicação da segunda dose.
Pressão do Planalto
De acordo com o colunista do portal G1, Gerson Camarotti, o Palácio do Planalto pressionou, sem sucesso, para que o depoimento do ex-ministro não fosse presencial.
Omar Aziz, durante a reunião da CPI, afirmou que depoimento virtual demanda montagem de estrutura específica.
“Saber se lá, onde ele estará virtualmente, não vai cair o sistema, muita coisa […]. O Senado precisa se deslocar para o lugar, para que se faça o link com a comissão e não haja nenhum subterfúgio de dizer que o link caiu”, afirmou Aziz.
Na sequência, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), questionou se haveria algum impedimento para a realização do depoimento por videoconferência.
Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que existe impedimento para depoimento nessa modalidade. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que a comissão não autorizou “depoimentos virtuais em nenhum momento”.
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