Nesta quinta-feira, 2, a Comissão Legislativa Temporária Especial para constituir debates, acompanhar melhorias, avanços, investimentos e projetos na área do tratamento, recolhimento, reparação, reciclagem e trabalho com cooperativados do lixo em Blumenau se reuniu para debater a manutenção e continuidade dos trabalhos das cooperativas em Blumenau.
O presidente da Comissão, vereador Adriano Pereira (PT) abriu a reunião, na qual estavam presentes o vice-presidente Maurício Goll (PSDB), relator Carlos Wagner – Alemão (UNIÃO BRASIL); além de representantes do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Universidade Regional de Blumenau (Furb), Reciblu e Cooperblu.
Adriano demonstrou preocupação com a solicitação do Samae para que o galpão utilizado pela Reciblu seja desocupado e ressaltou que os trabalhadores dependem deste ofício para sobrevivência.
O engenheiro sanitarista e ambiental do Samae, Raul Schramm Filho, explicou ter sido feito um estudo ambiental da área do aterro para investigar a contaminação do solo das águas e geração de gases, pois o local já serviu como lixão. Afirmou terem sido identificados bolsões de gás em frente ao galpão, por isso o pedido de desocupação. Questionado pelo vereador Adriano para que será usado o local, Raul informou que serão armazenados materiais hidráulicos.
O diretor jurídico do Samae, Matheus Eduardo Garbin, complementou que em nenhum momento o Samae irá desamparar as cooperativas. “Nossa ideia é dar isonomia ao processo para que se adequem e formalizem um convênio para darmos segmento ao trabalho”.
Em nome da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP Furb, que presta assessoria técnica à Reciblu, o professor Rodrigo dos Santos Cardoso, mencionou que a preocupação é a questão das famílias e disse que hoje a cooperativa representa mais da metade do resíduo triado da coleta seletiva de Blumenau e está em um local estratégico para o Samae. “O município de Blumenau está fazendo da forma correta privilegiando as cooperativas e agora quer desmontar essa situação. Caso tenha que sair, devemos respeitar aquelas famílias”, destacou.
A representante da Reciblu, Marinilze Ribeiro da Silva, afirmou serem 65 famílias que trabalham no local e enfatizou o importante trabalho social realizado. Declarou estarem inseguros por serem despejados e não terem para onde ir.
Em seguida a representante de outra cooperativa, a Cooperblu, Eliane de Souza Santos, contou que utilizam um local alugado e apenas querem do Samae a garantia do material. “Acho que o Samae deve dar destinação correta ao reciclado e apoio às cooperativas, mas temos o nosso espaço”, disse.
Vereadores
O vereador Carlos Wagner- Alemão (UNIÃO BRASIL) apontou que não será fácil para Reciblu encontrar um galpão e propôs manter as famílias naquele local. “Quando o Samae colocou a Reciblu no galpão sabia dessa situação, pois já está lá há 20 anos”, avaliou.
O vereador Maurício Goll (PSDB) destacou que o objetivo é conseguir um espaço e a garantia do material para ambas as cooperativas para que o trabalho continue. “Estamos à disposição, esse é nosso papel ajudar e ouvir a comunidade”, assinalou.
Adriano exaltou os trabalhadores que atuam com o lixo reciclável e mencionou que Blumenau precisa avançar neste sentido. Também lembrou que os parlamentares lutarão por todas as cooperativas.
A Comissão se comprometeu a continuar dialogando e participar também do encontro que acontece no dia 8 de março, quarta-feira, do Samae com o Secretário de Gestão Governamental da Prefeitura de Blumenau, Paulo Costa. “Estamos diante de uma situação que precisa do olhar do poder público. Hoje estamos sob ameaça de 65 famílias, que dependem desse trabalho, ficarem na rua”, finalizou Adriano Pereira.
Seja o primeiro a comentar