Faltando menos de um ano para as eleições de 2022 para o Governo de SC, muita gente tenta-se colocar no tabuleiro eleitoral. O governador Carlos Moisés (sem partido) já está nele, pois é candidato natural à reeleição.
Depois de dois anos de um mandato confuso, sem diálogo com a classe política e com a sociedade, ele busca recuperar o tempo perdido. Deixou a Casa da Agronômica, na capital, onde se encastelou na primeira metade da sua gestão e percorre o Estado em atos políticos de assinatura de ordens de serviços e convênios para obras importantes em municípios pequenos ou de médio porte.
Nesta quinta e sexta-feira, por exemplo, Carlos Moisés percorre o Alto e Médio Vale do Itajaí, com o cofre aberto e a caneta cheia de tinta. Nesta reta final de mandato, o governador tem sido visto com outros olhos pelos prefeitos destas cidades, além dos deputados oriundos delas, o que é importante para construir um projeto eleitoral sólido.
É uma situação importante, mas diferente de cidades de porte maior, como Blumenau, por exemplo, que está fora do roteiro governamental. Aqui, como Criciúma, Joinville, Chapecó e Tubarão, entre outras, os prefeitos, assim como outras lideranças políticas locais, torcem o nariz contra a gestão Moisés. É nestas cidades onde está grande parte do eleitorado catarinense.
Este é uma equação a ser resolvida pelo candidato à reeleição, que passa a ser visto com bons olhos por uma parcela da população, mas tem uma mácula para resolver, que certamente dominará a campanha eleitoral de 2022. A compra fraudulenta de 200 respiradores por R$ 33 milhões, no começo da pandemia, que projetou SC nacionalmente de forma negativa, com a forte marca da corrupção.
Pesquisas internas encomendadas por partidos e políticos apontam que a falcatrua está marcada na testa do governador, que já foi inocentado na esfera criminal e política, mas carregará esta mácula, que deverá ser explorada a exaustão pelos adversários.
Moisés tenta de tudo se livrar dela. Nesta semana, anunciou que o Governo já teria assegurado mais de R$ 34,1 milhões em bloqueios de valores, bens e patrimônio para futuro ressarcimento aos cofres públicos. Na decisão mais recente, resultado da terceira ação judicial movida pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), foram determinados bloqueios de mais imóveis, veículos e participações em empresas. Além disso, há mais de R$ 10 milhões sendo cobrados judicialmente de uma empresa importadora envolvida.
Os valores já superam o prejuízo causado ao Estado pelas empresas em abril de 2020, no valor de R$ 33 milhões. Estado da Fazenda (SEF) e para dar transparência à sociedade quanto ao trabalho de recuperação dos valores, o Governo do Estado criou o site Transparência Respiradores, disponível neste link.
Será que vai colar? Os recentes investimentos estaduais serão suficientes? Bom, isso, só em outubro saberemos.
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